O projecto, dirigido pelo Ministério das Pescas e do Mar, por intermédio do Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura (IPA), sugere igualmente a formação sobre saneamento básico aos intervenientes directos do processo da pesca artesanal.
De acordo com o consultor do Ministério das Pescas e do Mar, que procedeu à apresentação da linha de base do estudo, os relatórios preliminares apontam também para a necessidade de se evitar as perdas pós captura, que atingem cerca de 50 por cento.
"Sugerimos também a inclusão de formação sobre o saneamento, que tem sido um obstáculo para muitas mulheres envolvidas no negócio, como o simples hábito de lavar as mãos, aumentar a eficiência do processamento do peixe, as perdas que se apresentam são além 50 por cento e isso prejudica a actividade", disse Beat Webber.
Para aquele consultor, as autoridades devem igualmente apostar na extensão dos tanques de produção da aquicultura e desenvolver acções concretas para gestão dos referidos tanques, não descurando a possibilidade de se testar diferentes modelos de controlo.
Por sua vez, o director-geral do Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura, órgão que tutela do projecto, Nkosi Luyeye, disse aos jornalistas que o estudo é o primeiro no país e visa sobretudo combater a pobreza e garantir segurança alimentar.
Questionado pela Lusa sobre o actual número de pescadores artesanais controlados pelo IPA a nível do país, aquele responsável informou que rondam os 20.000, número que considera "irrisório".
"Porque há ainda áreas que não cobrimos, aliás no meio rural a actividade de pesca não se realiza o ano todo, porque este pescador também é agricultor", justificou.
Em relação à necessidade da extensão da pesca artesanal e consequente apoio aos intervenientes directos do processo, Nkosi Luyeye sublinhou que o processo decorre, tendo já abrangido cerca de 30 por cento do país, admitindo, porém, a necessidade de apoio aos pescadores.
"Realmente quando começou, em 2003, houve sim apoio do Governo, como sabe os meios estragam e tem que haver reposição, mas o Ministério das Pescas mesmo com a crise, paulatinamente, continua a apoiar algumas cooperativas pelo país", concluiu.