"Apesar da melhoria das condições económicas e das tentativas das autoridades para reduzir a má dívida detida pelos bancos angolanos, o crescimento do crédito vai continuar a enfrentar dificuldades devido à depreciação da moeda e à política monetária restritiva", escrevem os analistas da BMI numa análise ao sector bancário nacional.
Na análise, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas concluem que "o endividamento do Governo será, assim, o principal motor do crescimento dos activos bancários nos próximos dois anos".
A recuperação do sector, que enfrentava no final do ano passado um volume de crédito malparado na ordem dos 30 por cento, "será lenta e trabalhosa", apesar de a aceleração da economia fornecer alguma melhoria às condições de funcionamento deste sector, dizem os analistas.
As previsões dos analistas apontam para um crescimento do crédito concedido da ordem dos três por cento este ano e 4,5 por cento em 2019, enquanto o volume de depósitos deve crescer três por cento e cinco por cento neste e no próximo ano.
A BMI Research antecipa que "o Governo vai continuar a endividar-se no sector bancário nacional para financiar uma parte do défice orçamental e isto vai ajudar a impulsionar o crescimento de activos para uma taxa de cinco por cento neste ano e de seis por cento em 2019".
