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Nem o lixo que o mar recusa impede um mergulho dos banhistas nas praias do Cacuaco

As enormes quantidades de lixo que se acumulam na orla marítima do município de Cacuaco, arredores de Luanda, não afastam os banhistas da área, com as autoridades a justificarem que os detritos são provenientes das valas de drenagem.

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Plásticos, ferros, além de paus, garrafas e todo o tipo de electrodomésticos, é o cenário mais comum que se constata em grande parte da extensão das praias de Cacuaco, por entre populares pouco preocupados e funcionários da administração municipal, que tentam recolher o lixo.

"O trabalho durante a semana tem sido imenso, para garantir a recolha deste lixo aqui na praia", explicou à Lusa um dos técnicos em serviço no local, por entre a indiferença dos banhistas aos detritos ali presentes.

"Não há nenhum perigo, porque esse lixo o mar recusa, o mar não aceita esse lixo das chuvas, por isso é que fica apenas aqui na beira e nós banhamos sem qualquer receio", contou Ludmila da Silva, antes do seu mergulho.

Cacuaco é um dos nove municípios da província de Luanda, que se localiza na zona norte da capital, cujas praias são usadas não só para o lazer mas também para pesca de subsistência pelos munícipes.

Em declarações à agência Lusa, o director do Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários de Cacuaco, Martinho Jerónimo, esclareceu que as enormes quantidades de resíduos sólidos que se registam no litoral do município surgem pelo escoamento das valas de drenagem, que desaguam nas praias.

"São quatro valas de macro drenagem, que cortam o distrito sede vindo uma do município do Cazenga, outra do Sambizanga e duas dos distritos dos Munlevos e da sede, das quais os resíduos sólidos jogados nessas valas encaminham todo para a orla marítima do município. Porque o mar recebe com a força das águas da chuva e depois faz o processo de inversão", explicou. A província de Luanda conta com quase sete milhões de habitantes, sendo o Cacuaco um dos mais populosos.

O cenário, de acordo com Martinho Jerónimo, regista-se com grande incidência principalmente nesta época chuvosa em Luanda, mas admite que o sector que dirige tem já elaborado um programa de resposta a situação e nega mesmo que sejam os munícipes de Cacuaco que depositam o lixo a beira-mar.

"Não são os populares que depositam o lixo na orla marítima, o que acontece é que o mar como traz o lixo aos poucos, à medida que vai trazendo, nós vamos juntando-o. Desde segunda-feira que uma equipa da administração trabalha no local a recolher o lixo", acrescentou.

Ainda de acordo com o responsável, o município vive uma fase de melhoramento na gestão de resíduos sólidos, apesar de registar alguma "insuficiência de contentores" em alguns distritos e dificuldades na circulação de viaturas para o aterro sanitário de Luanda, sempre que chove, como foi o caso na última semana.

"Nós temos um processo de recolha ao longo de todos os distritos, isto é, via contentorizada, deixamos aquele processo antigo que era de recolha porta a porta. E apesar da insuficiência de contentores no município, continuamos a fazer a recolha diária e levamos para o aterro sanitário", assegurou.

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