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Angolano Kiluanji Kia Henda mostra fotografia e vídeo em Lisboa

O artista angolano Kiluanji Kia Henda vai apresentar obras recentes, de fotografia e vídeo, na exposição "In the Days of a Dark Safari", que inaugura na Quinta-feira na Galeria Filomena Soares, em Lisboa.

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A mostra é constituída por duas séries fotográficas - a "The Last Journey of the Dictator Mussunda N´zombo Before the Great Extinction", constituída por cinco elementos, e "In the Days of a Dark Safari", com oito obras diferentes – e um vídeo com o título "Havemos de Voltar".

Nas séries de fotografia é apresentada uma visão crítica da renovação dos discursos que opõem natureza e cultura, civilização e barbárie, "para que se abram novos caminhos para África", e também uma reflexão sobre a vida e a morte, e na curta-metragem é abordada a forma como a cultura vê a natureza.

De acordo com a galeria, trata-se do resultado de um trabalho de pesquisa histórica, de fotografia artística e de cinema, que pretende desvendar uma dimensão fictícia da história oficial. Foi realizado no Museu de História Natural de Luanda, que se torna palco de narrativas sobre a selva, o colonialismo, a ditadura, o poder, a paisagem e a morte, que conduzem o público a questionar a própria posição e a do artista.

"As paisagens africanas de safari e os animais representados conduzem ao sentimento ambíguo de retorno à génese humana, quase sempre acompanhado pelo terror de se estar exposto", acrescenta a galeria num texto sobre a nova exposição.

Na série "In the Days of a Dark Safari", o artista, nascido em Luanda, em 1979, lança-se numa viagem múltipla, entre África e Europa, no século XIX e no século XXI. "As falsidades colidem umas contra as outras. Entre o referencial externo da floresta e a interioridade da informação científica, entre o evolucionismo colonial e o populismo pós-colonial, produz-se um choque e mudança de perspectiva", segundo um texto de Kiluanji Kia Henda.

"The Last Journey of the Dictator Mussunda N'Zombo Before the Great Extinction" incorpora o fim das ditaduras em África, inspirada na figura do falecido ex-presidente congolês, Mobutu Sese Seko, “considerado um arquétipo de ditador africano”.

Na curta-metragem “Havemos de Voltar”, título retirado de um poema de Agostinho Neto, o artista narra "a saga de uma Palanca empalhada que ainda possui algo de alma, ou estaria a sua alma empalhada? A Palanca rejeita o papel de se tornar num documento ao serviço da história e, pretende regressar a um passado onde reside a sua glória".

A exposição "In the Days of a Dark Safari" é inaugurada na Quinta-feira, às 21h30, na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, onde estará patente até ao dia 6 de Maio.

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