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Economist defende importação de petróleo refinado como melhor solução para o país

A Economist Intelligence Unit (EIU) considerou Segunda-feira que a importação de petróleo refinado "pode ser uma estratégia economicamente mais salutar" para o país do que enviar o petróleo recolhido no país para ser refinado no estrangeiro.

Marcos Peron:

"Angola claramente precisa de reduzir a sua dependência de produtos petrolíferos importados, mas mandar o crude para o estrangeiro para ser refinado pode ser dispendioso e, apesar de dar ao país alguma garantia de segurança, cingir-se aos preços das importações, pode ser uma estratégia economicamente mais salutar", dizem os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist.

Numa nota de análise ao despacho do ministro dos Petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos, com vista à contratação de uma empresa de consultoria que terá especificamente a missão de elaborar um "estudo de viabilidade técnico-económico de processamento de petróleo bruto angolano numa refinaria fora do país", os técnicos da Economist concordam que todas as opções devem ser exploradas.

Angola é o maior produtor de petróleo em África, mas a capacidade de refinação nacional é insuficiente, cingindo-se a actividade à refinaria de Luanda, o que obriga à importação de grande parte dos produtos refinados que consome.

A solução de recorrer a uma refinaria estrangeira tem sido defendida por alguns especialistas como hipótese mais acessível, face aos custos avultados de construção e manutenção de uma refinaria de raiz.

"Angola está compreensivelmente ansiosa por estudar todas as opções antes de se comprometer com projectos de construção de muitos milhares de milhões de dólares que podem vir a ser até mais caros de manter a longo prazo", dizem, apresentando dúvidas sobre a viabilidade económica de enviar o petróleo para ser refinado no estrangeiro.

As dúvidas dos técnicos, quer sobre o envio de petróleo para ser refinado para o estrangeiro, quer sobre a capacidade para a construção de refinarias no país, surgem na altura em que Angola aposta em estudar a viabilidade de refinar os cerca de 1,7 milhões de barris que bombeia diariamente, mas aprova ao mesmo tempo um despacho viabilizando o contrato de investimento privado dos grupos Rail Standard Service e Fortland Consulting Company, ambos da Rússia, com o objectivo de construir e operar uma refinaria petroquímica na província do Namibe.

A notícia do investimento surge numa altura em que a construção da refinaria de Benguela foi suspensa pela estatal Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e que o Governo está a reavaliar o projecto da refinaria no Soyo.

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