De acordo com o mais recente boletim de balanço da epidemia, da responsabilidade do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, ao qual a Lusa teve hoje acesso, entre 21 e 22 de Março registaram-se mais 14 casos suspeitos de febre-amarela, metade dos quais em Luanda, e nenhuma vítima mortal.
O mesmo relatório indica que até 22 de Março já foram vacinadas 5.632.026 habitantes de Luanda, o epicentro da epidemia de febre-amarela, equivalente a 86 por cento da população alvo desta campanha de vacinação extraordinária, lançada para conter a propagação da doença.
O primeiro caso da doença foi diagnosticado no município de Viana, arredores de Luanda, a 5 de Dezembro. Só neste município, onde funciona o mercado do "km30", identificado como foco da epidemia, há registo de 72 mortes, numa taxa de letalidade de 25,2 por cento.
As autoridades acreditam que a generalidade das vítimas da doença que faleceram fora de Luanda - 41 de um total de 178 óbitos - esteve antes em Viana, e no mercado do "km30", onde foi detectado o mosquito transmissor da doença.
Só durante o mês de Março 28 municípios "confirmaram casos com início de sintomas" e apenas entre os dias 21 e 22 mais seis municípios apresentaram novos casos suspeitos da doença, indica o boletim.
O lixo acumulado nas ruas, falta de saneamento, dificuldades dos hospitais com falta de medicamentos devido à crise financeira generalizada no país e as fortes chuvas que se têm feito sentir, nomeadamente em Luanda, ajudam a explicar a rápida propagação da doença desde Dezembro.