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Saúde

Autoridades querem vacinar 80 por cento da população de Luanda contra febre-amarela

As autoridades sanitárias angolanas têm como meta vacinar até 18 de Março mais de 80 por cento dos habitantes da província de Luanda, que enfrenta desde Dezembro de 2015 um surto de febre-amarela e que causou até ao momento 138 mortos.

Joost de Raemaeker:

Em comunicado de imprensa enviado à agência Lusa, a Organização Mundial da Saúde (OMS), refere que esta é a primeira vez que Angola realiza uma campanha contra a febre-amarela com esta envergadura.

De acordo com aquela organização das Nações Unidas, a vacina contra a febre-amarela foi introduzida no calendário do Programa Alargado de Vacinação em Angola, em 1980, mas as taxas de cobertura vacinal estão abaixo dos 80 por cento recomendados internacionalmente.

A OMS sublinha que esta baixa taxa de cobertura vacinal explica as razões pelas quais as vítimas da actual epidemia estão a ser pessoas da faixa etária acima dos 15 anos, não abrangidas pelo calendário de vacinação de rotina.

O documento acrescenta que foram adquiridas, com o apoio da OMS, 7,4 milhões de doses de vacinas, para imunizar toda a população da capital angolana a partir dos seis meses de vida, sendo prioritária a imunização de 6,7 milhões de pessoas em áreas de alto risco de febre-amarela, para interromper a transmissão da epidemia.

"Para quebrar a transmissão, está a ser implementada uma Estratégia Nacional de Resposta, que inclui a criação de equipas avançadas de vacinação compostas por uma média de 400 profissionais de saúde por município", refere a nota.

As equipas, treinadas por peritos da OMS, são reforçadas por 500 vacinadores das Forças Armadas Angolanas, 120 da Polícia Nacional e 50 voluntários da Cruz Vermelha de Angola.

O processo de vacinação tem tido como sério constrangimento, realça a OMS, as enchentes que se verificam nos postos de vacinação, que dificultam o controlo e organização da população a ser imunizada, bem como da logística e sua distribuição atempada de vacinas a todos os postos.

"O número de polícias no terreno, assim como recursos operacionais para as necessidades em meios logísticos, são insuficientes para manter a ordem nos postos de vacinação que estão superlotados", salienta a OMS.

Nos últimos oito dias, o país continuou a registar uma redução acentuada de casos suspeitos, os quais passaram de 157 para 79, bem como o número de óbitos, que diminuiu em 63 por cento.

O último boletim diário sobre a epidemia da febre-amarela, refere que de Dezembro de 2015 até esta terça-feira foram registados 813 casos suspeitos, 65 confirmados, com um total de 138 óbitos, continuando o município de Viana o epicentro da doença.

Desde o início do curto, a OMS apoiou já o Governo angolano com mais de 788 mil dólares e na elaboração de um plano de emergência para angariar fundos estimados em 2,3 milhões de dólares.

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