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Galerista francês Tao Kerefoff participa na recuperação de obras de arte angolanas

O galerista francês Tao Kerefoff declarou que está a participar na iniciativa do coleccionador congolês Sindika Dokolo em recuperar obras de arte roubadas do Museu do Dundo, em Angola.

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“Eu represento os interesses do meu cliente Sindika Dokolo para a sua colecção privada de arte africana clássica, que é uma das mais prestigiadas do mundo até à data. Também me pareceu natural responder positivamente e ajudá-lo a reunir as peças roubadas do Museu do Dundo, quando me manifestou a sua intenção de as restituir a Angola”, disse à Lusa Tao Kerefoff.

Durante a guerra civil em Angola (1975-2002), muitas obras de arte desapareceram do Museu do Dundo, assim como a documentação que dava conta de quantas peças faziam parte do acervo do museu. “Três máscaras e uma estátua já foram restituídas, depois de muito trabalho de identificação e de negociação”, disse o galerista.

No ano passado, duas máscaras Pwo e uma estátua rara - que são do período compreendido entre o final do século XIX e início do século XX - foram adquiridas de coleccionadores europeus pela Fundação Sindika Dokolo (voltada para as artes e cultura) para a colecção do Museu Dundo, que se localiza na Luanda-Norte.

Essas obras foram localizadas por um galerista de Bruxelas, Didier Claes, e por Tao Kerekoff. “As outras obras que estamos em negociações são essencialmente obras de Museu do Dundo”, sublinhou Tao Kerefoff.

O empresário e colecionador Sindika Dokolo é oriundo da República Democrática do Congo, vive em Angola e é casado com Isabel dos Santos. “Sindika Dokolo é um grande coleccionador de arte, […] mas também um visionário […] que hoje desempenha um papel de patrono com o objectivo de levar um pouco da cultura desaparecida e roubada do povo angolano. A sua abordagem é altruísta, corajosa, nobre, louvável e simplesmente exemplar”, referiu ainda o galerista francês.

O Museu do Dundo foi criado em 1936 pela então denominada Companhia de Diamantes de Angola/Diamang, sendo a primeira instituição do género criada em Angola. O museu possui uma vasta colecção de obras etnográficas de madeira, máscaras e esculturas, entre outros, da cultura Tchokwe.

Apresenta igualmente ao público artefactos da pré-história, religião, exposição da indústria mineira, da resistência à colonização alguns aspectos que retractam a presença portuguesa na região, bem como documentos que certificam o processo de colonização.

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