Ver Angola

Comércio

Governo quer fechar bancadas de venda de marfim em Luanda

As autoridades angolanas apresentaram um plano para encerrar as bancadas de venda de marfim no conhecido Mercado do Artesanato de Luanda, a ser feito em duas etapas, a primeira de consciencialização e a segunda coerciva.

:

O plano foi apresentado em Luanda, pela Unidade de Crimes Ambientais, na reunião da Comissão Interministerial Contra dos Crimes Ambientais e Relacionados com a Fauna e a Flora Selvagem. Angola tem sido identificada internacionalmente como rota de trânsito para o marfim ilegal, agravada pela continuação da existência do mercado nacional.

Em 2015, o Governo angolano desenvolveu o seu Plano de Acção Nacional de Marfim, com a colaboração de consultores do secretariado da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Flora e Fauna Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES), do qual Angola é membro.

Para o encerramento das bancadas, a Unidade de Crimes Ambientais realizou em Fevereiro um estudo ao mercado, tendo constatado que existem no local 44 bancadas perfiladas de venda de peças de marfim, constituídas entre três a quatro vendedores.

A operação verificou igualmente que existem 13 casebres, que servem de pontos de armazenamento das peças já trabalhadas de marfim e que a maioria dos cidadãos envolvida nesse negócio é oriunda da vizinha República Democrática do Congo.

O estudo permitiu identificar ainda que estão igualmente envolvidos cidadãos angolanos, que oferecem suporte nas vendas e na acomodação dos produtos provenientes da fauna e da flora selvagem. Verificou-se que os vendedores de marfim funcionam num esquema organizado e estruturado por grupos de cidadãos angolanos, conhecedores do mercado de marfim a nível mundial. Outra constatação é de que os consumidores das peças são na sua maioria cidadãos estrangeiros, de várias nacionalidades.

O plano para encerramento prevê na sua primeira fase, depois do diagnóstico, a identificação dos intervenientes no mercado, a notificação dos vendedores e a realização de uma palestra de sensibilização dos vendedores.

Na segunda fase, as autoridades prevêem para os vendedores, uma moratória de oito dias, para que voluntariamente deixem de realizar o negócio, garantindo que os lugares se mantêm para desenvolverem outra actividade comercial.

Por último, findo o prazo, as autoridades poderão requerer a polícia para a retirada compulsiva dos vendedores das bancadas de marfim e remetê-los aos órgãos competentes para a sua responsabilização pelo crime de desobediência.

Na abertura da reunião, a ministra do Ambiente e coordenadora da comissão interministerial, Fátima Jardim, sublinhou o interesse do país em reduzir e eliminar a caça furtiva, para o fim do abate de elefantes e de espécies nacionais como a palanca.

Segundo Fátima Jardim, com a criação da Unidade de Crimes Ambientais, Angola vai poder reduzir e eliminar a caça furtiva, fortalecer a fiscalização e a legislação, bem como planificar e gerir melhor como proteger o ecossistema angolano.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.