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Polícia dispersa manifestação contra a fome em Luanda com lançamento de gás lacrimogéneo

A polícia dispersou a manifestação contra a fome, pobreza e o desemprego, que estava agendada para este sábado, em Luanda, com disparos de gás lacrimogéneo e “várias detenções”, disseram alguns activistas.

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Mais de 50 activistas concentraram-se Sábado de manhã no largo do Mercado de São Paulo, em Luanda, onde partiria a marcha de protesto contra o elevado custo de vida no país, mas esta foi “travada” por efectivos da corporação antes mesmo do seu arranque.

Segundo o activista Pascoal Figueira, no local estavam já perfiladas quatro patrulhas da polícia nacional, que inicialmente, referiu, ameaçaram os manifestantes, agrediram uns e, na sequência, prenderam cerca de dez activistas no local.

“Enquanto prendiam alguns activistas, o “General Nila”, líder da denominada Unidade Nacional para Total Revolução em Angola (UNTRA), promotora da manifestação tentou persuadir os agentes da polícia, mas também foi preso”, contou à Lusa.

O activista, que lamentou a postura os agentes da polícia, referiu que estes ainda dispersaram a população com o lançamento de bombas de gás lacrimogéneo e alguns disparos no local.

Alertar as autoridades para a redução da cesta básica e melhoria das condições de vida dos cidadãos eram igualmente um dos propósitos da manifestação.

Figueira recordou que a manifestação contra o elevado custo de vida, a fome, pobreza, desemprego e exigir a construção de balneários públicos na capital e que tinha como destino o Largo da Maianga foi previamente comunicada às autoridades, criticando a postura “musculada” dos agentes da polícia.

Manuel Cole, que disse ter escapado da agressão policial no local, disse que os activistas presos antes mesmo das 12h00 continuam “em parte incerta”, recordando que teve de se refugiar no interior do bairro Sambizanga após os disparos e o lançamento do gás lacrimogéneo.

O líder da UNTRA, o activista Serrote José de Oliveira “General Nila” faz parte do grupo de manifestantes detidos pela polícia.

A Lusa constatou no local, pouco depois das 12h00, um forte dispositivo policial que preencheu toda a extensão daquele largo, afecto ao Mercado de São Paulo, município do Sambizanga. A agência tentou ouvir o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, mas sem sucesso.

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