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Cultura

Bienal de Veneza regressa em Abril. Kiluanji Kia Henda e Sandra Poulson representam Angola

A Bienal de Veneza de Arte anunciou que vai acolher projectos de 90 representações nacionais e obras de 332 artistas, numa edição em que a migração e a descolonização são temas-chave, com foco nos criadores indígenas, ‘queer’ e ‘outsider’. Angola estará representada através de dois artistas.

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O programa da 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, em Itália - cujo tema geral é "Foreigners Everywhere" ("Estrangeiros em todo o lado", em tradução livre) - que decorrerá entre 20 de Abril e 24 de Novembro de 2024, foi anunciado numa conferência de imprensa conjunta do presidente da bienal, Roberto Cicutto, e do curador designado pela organização, Adriano Pedrosa, director artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

"Como princípio orientador, a Bienal de Arte de 2024 privilegiou artistas que nunca participaram numa exposição internacional - embora alguns deles possam ter sido apresentados num Pavilhão Nacional, num evento colateral ou numa edição do século XX", indicou o brasileiro Adriano Pedrosa, o primeiro curador latino-americano deste evento internacional.

Além da representação de Portugal, com o projecto "Greenhouse", sobre os temas da identidade e cultura, das artistas Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, do mundo lusófono estará presente, pela primeira vez, Timor-Leste, com o projecto da artista Maria Madeira "Kiss and don´t tell", com curadoria de Natalie King, sobre a história da luta das mulheres contra a ocupação indonésia.

Da programação da bienal de arte fazem parte as representações nacionais e uma exposição geral para a qual são selecionadas obras de artistas convidados. Este ano, na lista dos 332 selecionados surgem os artistas angolanos Kiluanji Kia Henda, nascido em 1979, Sandra Poulson, nascida em 1995, e os moçambicanos Malangatana (1936-2011) e Bertina Lopes (1924-2012).

O Brasil terá o seu pavilhão nacional com "Ka'a Pûera: Somos pássaros ambulantes", num projeto com curadoria de Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana, com participação dos artistas Glicéria Tupinambá e da Comunidade Tupinambá de Serra do Padeiro e Olivença, provenientes da Bahia, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó.

Do Brasil, estarão representados na exposição geral artistas consagrados e outros menos conhecidos como Tarsila do Amaral (1886-1973), Candido Portinari (1903-1962), Djanira da Motta e Silva (1914-1979), Emiliano di Cavalcanti (1897-1976), Cícero Dias (1907-2003) e Dalton Paula, nascido em 1982.

O curador-geral indicou, na conferência de imprensa, que o foco principal desta edição serão "artistas que são eles próprios estrangeiros, imigrantes, expatriados, diaspóricos, emigrados, exilados ou refugiados - particularmente aqueles que se deslocaram entre o sul global e o norte global", sendo que "a migração e a descolonização serão temas-chave".

O tema "Estrangeiros em todo o lado", anunciado por Adriano Pedrosa em Junho de 2023, já sublinhava que a edição de 2024 seria "uma celebração" do 'outsider', e também das expressões 'queer', "muitas vezes perseguidas ou proscritas", e artistas "à margem do mundo da arte", tal como os indígenas.

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