Sob a curadoria da canadiana Katherine Sirois, a exposição vai buscar o título a uma expressão, referente à política, que, em Angola, popularmente designa algo que seja "disfuncional, ineficiente, fraudulento, inadequado ou injusto", segundo um comunicado da galeria.
"Esta referência destaca o questionamento sobre a natureza ardilosa e intangível do 'sistema' que assombra as obras de grandes dimensões" do artista angolano, lê-se na apresentação da mostra.
A selecção de pinturas – que também exprime uma reflexão sobre "as mentalidades de divisão e oposição profundamente enraizadas e difundidas, os conflitos de interesses ou o exercício do poder, a sua conquista e preservação a todo o custo" – propõe-se "questionar e estimular a reflexão sobre o imperialismo, as rivalidades e os jogos de poder entre indivíduos, tribos, regiões, países, géneros ou mesmo entre Estados e as suas populações".
Nascido em Angola, em 1982, Cristiano Mangovo vive e trabalha presentemente em Lisboa.
Natural de Cabinda, a sua visão, imaginação e referências estão enraizadas na paisagem sócio cultural dessa região.
O seu interesse precoce pelo desenho levaram-no a estudar pintura na Academia de Belas Artes de Kinshasa, e o seu trabalho, no estilo de expressionismo figurativo, é considerado pela crítica como "um dos mais prolíficos entre os pintores da geração angolana do pós-guerra".
Na sua obra utiliza tipologias e símbolos arquetípicos para explorar questões como a injustiça, a desigualdade, a pobreza e o ecocídio, tanto a nível local como universal.
A sua obra faz parte de várias colecções de arte como a Africana Art Foundation (Suíça), o Centro Cultural Brasil (Angola), Dâr-al-Makhzen (Marrocos), Fondation Gandur pourl'Art (Suíça), Fundo das Nações Unidas para a População (RDC) e o Museu da Presidência da República Portuguesa.