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Fitch Solutions: abrandamento da China vai prejudicar exportações de Angola

A consultora Fitch Solutions considerou esta Quinta-feira que o abrandamento do crescimento económico na China vai prejudicar as exportações dos países de África, nomeadamente em Angola, cujas vendas à China valem mais de 20 por cento do PIB.

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"O impacto da diminuição das importações chinesas vai ser sentido de forma diferente nos mercados emergentes, principalmente nos 17 países cujas exportações para a China valem mais de 4 por cento do PIB", lê-se num relatório da Fitch Solutions, que aponta que o abrandamento chinês para 5,4 por cento este ano será particularmente sentido "nos exportadores de matérias-primas Angola, República do Congo e Mauritânia, cujas exportações para a China valem mais de 20 por cento".

De acordo com a análise desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, "o abrandamento chinês para 5,4 por cento será fortemente sentido na produção económica dos mercados emergentes a nível global devido ao tamanho e à integração internacional da economia chinesa".

No relatório, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Solutions diz que os efeitos negativos do abrandamento chinês, cuja taxa de 5,4 por cento é a mais baixa desde 1991, serão sentidos principalmente no Sudeste asiático, na América Latina e na África subsaariana "devido à menor procura por importações e aos preços mais baixos das matérias-primas".

Na análise, a Fitch Solutions lembra que entre 2000 e 2020, os preços globais das matérias-primas caíram em todos os anos em que a taxa de crescimento das importações chinesas foi inferior a 3 por cento, mas salienta que a redução do crescimento da economia da China, de 8,1 por cento em 2021, para 5,4 por cento este ano, não será suficiente para inverter a tendência crescente do Investimento Directo Estrangeiro, mas haverá um abrandamento no crescimento.

"Na reunião de 2021 da Fórum de Investimento China-África, as promessas de investimento da China em África caíram pela primeira vez, e pensamos que os fluxos de investimento no projecto da Rota da Seda vai cair, de 740 mil milhões de dólares entre 2016 e 2020, para 550 mil milhões de dólares entre 2021 e 2025", concluem os analistas.

A China compra cerca de 70 por cento das exportações de petróleo de Angola, sendo também um dos seus principais credores.

De acordo com um relatório sobre a dívida angolana, publicado esta semana pela agência de notação financeira Standard & Poor's, Angola deve 13,6 mil milhões de dólares ao Banco de Desenvolvimento da China e 2,5 mil milhões de dólares ao Banco de Exportações e Importações da China, que juntando-se aos 3 mil milhões de dólares devidos ao Banco de Comércio e Indústria da China, representa 29 por cento do total da dívida externa de Angola, ou seja, mais de 19 mil milhões de dólares.

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