"Até hoje as empresas pedem a declaração da exportação das amostras. Não tínhamos laboratórios para fazer a análise, neste momento nós temos, mas não podemos obrigar as empresas a não exportar as amostras porque os nossos laboratórios estão em fase de acreditação e certificação", afirmou esta Quarta-feira o presidente do conselho de administração do Instituto Geológico (Igeo), Canga Xiaquivuila.
O dirigente, que falava no âmbito da apresentação dos resultados alcançados pelo Plano Nacional de Geologia (Planageo), acrescentou, no entanto, que "existem empresas que fazem pedidos de análises de amostras nos laboratórios nacionais".
Angola conta com três laboratórios de geociências, nomeadamente um na sede do Igeo, em Luanda, um na província da Lunda Sul e outro na província da Huíla, todos "apetrechados e equipados com tecnologia moderna de especialidade".
Segundo o consultor técnico do Igeo, Ginga Pereira, que apresentou no encontro as infra-estruturas laboratoriais de apoio à exploração mineira no país, estão previstos, no âmbito do Planageo, levantamentos geoquímicos, geológicos e estudos específicos.
O Planageo foi lançado em Maio de 2014 com o objectivo assumido de fazer um levantamento científico do potencial mineral e geológico visando atrair investimento internacional para o sector.
No âmbito deste projecto, que conta já com levantamento aéreo geofísico concluído nas regiões norte, sul e leste de Angola, estão previstas recolhas de aproximadamente 50.000 amostras, apontou Ginga Pereira.
O laboratório da Huíla já recolheu 6000 amostras de minérios e recursos geológicos existentes na região e o laboratório central de Luanda já recebeu perto de 5000 amostras, no quadro das actividades do Planageo.
Canga Xiaquivuila assinalou, na ocasião, a importância dos dados já recolhidos pelo Planageo considerando que o projecto produziu "informações valiosas", tendo ainda realçado que "existem várias manifestações" de multinacionais para investirem em Angola à luz dos resultados do Planageo.