"Existem orientações do Estado de enquadrarmos rapidamente a Zahara no Programa de Privatizações ainda este ano, isso é um facto, mas antes, terá de seguir o curso normal de um concurso público", disse o responsável, citado pelo Novo Jornal.
O responsável considerou que a decisão de alienar o Grupo Zahara é a mais acertada e explicou que o Governo tem privatizado alguns dos bens recuperados com o objectivo de restaurar a economia nacional.
Patrício Vilar afirmou ainda que o Executivo quer reprivatizar rapidamente os activos recuperados a favor do Estado. Sem entrar em detalhes sobre os activos recuperados que poderão ir a concurso, Patrício Vilar indicou que "é compromisso do Executivo que estes activos, uma vez na esfera do Estado, sejam reprivatizados rapidamente, existe a orientação de os enquadrar rapidamente no Propriv".
Em Dezembro de 2020, o Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Gróz, anunciou que terão sido recuperados cerca de 5,3 mil milhões de dólares no âmbito de processos relacionados com crimes económico-financeiros e patrimoniais, envolvendo dinheiro e bens, incluindo fábricas, supermercados, edifícios, imóveis, residências e hotéis.
O responsável sublinhou que "foi gizada uma estratégia de gestão", com o objetivo de "reprivatização rápida", escusando-se a dar pormenores sobre "o que se passa nos bastidores" para não prejudicar as negociações.
Admitiu, no entanto, que o concurso que envolve o grupo Zahara, que era detido por Manuel Vicente, e pelos generais Hélder Vieira Dias "Kopelipa" e Leopoldino "Dino" do Nascimento, através da Cochan, vai avançar este ano.
Recorde-se que o Grupo Zahara detém a cadeia de supermercados Kero, que há cerca de três meses passou para a esfera do Estado. Os supermercados Kero foram notícia em Janeiro, pelas prateleiras terem ficado praticamente vazias depois de a sua gestão ter passado para o Estado. Além dos hipermercados Kero, o grupo tem também por interesses na área da indústria, serviços e imobiliária.