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Câmara de Comércio americana sugere criação de gabinete de crise para sector do turismo

O presidente da Câmara de Comércio Americana em Angola (AmCham-Angola), Pedro Godinho Domingos, sugeriu no Sábado a criação de um gabinete de crise para o turismo, afirmando que o sector deve ser visto como alternativa de curto prazo ao petróleo.

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"A nossa desgraça está intrinsecamente ligada ao petróleo como único recurso, mas o petróleo não é o único recurso", disse, em entrevista à Lusa, o responsável da AmCham-Angola, instando o executivo a "parar e ver o que Angola pode oferecer além do petróleo".

Na sua opinião, um sector que tiraria Angola da crise "a curtíssimo prazo" seria o do turismo.

Elogiando o combate à corrupção travado pelo Presidente, João Lourenço, Pedro Godinho Domingos afirmou, no entanto, que o desempenho da economia "não está a acontecer à velocidade desejável" e considerou que "não se está a olhar para recursos que Angola tem à mão e que poderiam minimizar o impacto da crise", como o turismo.

"O ideal seria o Presidente da República criar um gabinete de crise, pois o turismo é um sector transversal, que não depende somente de um pelouro e envolve vários departamentos do executivo" e vários ministérios, propôs.

Para o desenvolvimento do sector serão necessárias estradas, água, energia ou Internet, pelo que terá de ser o titular do poder executivo "a aglutinar todas as vontades" para que se criem as condições necessárias, defendeu.

Pedro Domingos considerou ser necessário identificar os pontos fracos e fortes para o turismo em Angola e convidar "as melhores empresas de turismo do mundo para fazerem uma avaliação" do sector.

Realçando que, segundo a Organização Mundial do Turismo, cada visitante deixa em média 1040 dólares no país que visita (2500 dólares em Angola), lembrou igualmente que "os turistas quando chegam não trazem kwanzas, vão trazer moeda convertível", o que seria também favorável para o problema de divisas do país.

O presidente da AmCham destacou ainda que o sector do turismo é o terceiro maior empregador do mundo, depois do retalho e da agricultura.

Questionado sobre se este seria um sector atractivo para as empresas americanas, admite que para já não é prioritário.

A maior apetência dos investidores americanos situa-se na área de energia (petróleo, gás e energia eléctrica), transportes, nomeadamente na aviação, e no sector ferroviário, bem como algum interesse "ainda ténue" na agro-indústria.

Os EUA são um dos maiores investidores estrangeiros em Angola contando com a presença de empresas como a Chevron, a Exxon, a Coca-Cola e a General Electric (GE).

A AmCham é, a par da embaixada, uma das principais portas de acesso ao mercado angolano, existindo mais de 100 organizações congéneres em todo o mundo.

Angola é considerado pela administração norte-americana como um país com grande potencial para parceria económica duradoura.

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