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Estudantes angolanos na China: “Corremos o risco de morrer de fome”

Os estudantes angolanos que se encontram a morar em Wuhan – o epicentro do surto do coronavírus – queixam-se da falta de apoio por parte do Governo angolano e denunciam que não têm comida nem bebida para sobreviver.

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Deuld Morinho, um angolano que se encontra a estudar na Universidade de Wuhan, na China, denunciou o cenário caótico que se tem vivido naquela cidade oriental. O estudante de 24 anos revelou que os estudantes não têm água mineral para beber e que não conseguem comprar comida.

"Não temos água mineral para beber, nem pão conseguimos comprar porque os portões da universidade estão trancados e mesmo sem estarmos infectados com a doença não podemos sair. Corremos o risco de morrer de fome", disse Deuld Morinho, ao Jornal de Angola.

Nas suas declarações, o estudante apelou ao Governo angolano para que envie ajuda, afirmando que neste momento os angolanos têm-se alimentado de farinha e água da torneira com 'cheiro a esgoto'.

"Tirem-nos daqui por favor, não estamos a receber ajuda nenhuma, nem do Governo Chinês nem do Governo de Angola", disse o estudante com voz trémula.

Deuld Morinho admitiu ainda que as imagens que têm circulado nas redes sociais de que os estudantes angolanos que estão na cidade de Wuhan têm recebido ajuda são falsas: "Os angolanos que aparecem nos vídeos não estudam em Wuhan. Onde estamos morrem pessoas quase todos os dias, fomos abandonados. Estudantes de outras nacionalidades, como portugueses, americanos, franceses e brasileiros já foram evacuados".

"Há 15 dias pedimos à embaixada de Angola na China para sermos evacuados, mas até agora não tivemos nenhuma resposta", afirmou Ornela Guiomar, outra estudante, ao Jornal de Angola. A angolana adiantou ainda que todos os dias os familiares se deslocam até ao Ministério das Relações Exteriores "mas ninguém lhes dá garantia de nada" sobre a situação. Isso "está-nos a deixar frustrados", completou.

Contactada pelo Jornal de Angola, fonte do Ministério das Relações Exteriores disse que a Embaixada de Angola na China já começou a prestar apoio aos estudantes, mas muitos negam essa essa ajuda porque querem sair da China.

A mesma fonte disse também que o Governo está a negociar a evacuação dos angolanos. Evacuação essa que está dependente das medidas e restrições impostas para evitar a propagação do coronavírus.

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