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Economia

Fitch mantém rating de Angola em B e prevê crescimento de 2,5 por cento este ano

A agência de notação financeira Fitch manteve o rating de Angola em B, antecipando uma recessão de 1,1 por cento em 2018 e um crescimento de 2,5 por cento este ano, alicerçado no aumento da produção de petróleo e gás.

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"O rating no nível B reflecte a diminuição das reservas externas e orçamentais, o elevado peso da dívida pública e as frequentes revisões em baixa do Produto Interno Bruto, tudo isto pesado contra as substanciais receitas em moeda externa devido à produção de hidrocarbonetos, a capacidade do Governo em fazer significativos ajustamentos orçamentais e o recente acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI)", diz a Fitch.

Na revisão do rating, que mantém em B, ou seja, abaixo do nível de recomendação de investimento, com Perspectiva de Evolução Estável, os analistas da Fitch antecipam também uma recessão económica de 1,1 por cento no ano passado e um crescimento de 2,5 por cento este ano, com o cenário base das previsões a apontar para um "crescimento moderado do sector não petrolífero devido aos efeitos do aumento da liquidez de moeda externa" e para um crescimento de três por cento a médio prazo.

No relatório que acompanha a decisão de manter o rating, a Fitch escreve que o Programa de Financiamento Ampliado com o FMI, ao abrigo do qual Angola acordou um empréstimo de 3,7 mil milhões de dólares, dos quais já recebeu quase mil milhões, "vai aumentar as reservas do país e apoiar os ajustamentos em curso ao regime cambial".

Por outro lado, a ajuda do FMI vai "tornar mais fácil que Angola aceda a outros fontes de financiamento externo, permitindo ao Governo cumprir as necessidades de financiamento que equivalem aproximadamente a seis por cento do PIB este ano e começar a reconstruir as reservas".

O défice orçamental deve ter ficado em 0,4 por cento no ano passado, o que mostra uma "substancial consolidação", já que compara com o défice de 6,1 por cento em 2017, e a Fitch espera ainda mais contenção orçamental neste e no próximo ano, contribuindo para a redução da emissão de dívida.

"No entanto, os preços mais baixos do petróleo e o aumento das pressões sobre a despesa colocam em risco a manutenção de excedentes orçamentais", alerta a Fitch.

Sobre o sector bancário, os analistas dizem que continua a ser uma fraqueza do ponto de vista da análise da qualidade do crédito soberano, porque as contas dos bancos podem obrigar o Governo a intervir, prejudicando as finanças públicas: "Os desafios económicos contribuíram para a deterioração da qualidade dos activos dos bancos angolanos, e as fracas contas dos bancos aumentam a perspectiva de os perigos afectarem a qualidade do crédito soberano".

Sobre a dívida pública, a Fitch estima que tenha chegado a "74,5 por cento no final de 2018, face aos 60 por cento no final de 2017", e é um dos factores que, se não for controlado, pode implicar o fim do acordo com o FMI.

"Angola vai cumprir confortavelmente os pagamentos de dívida em 2019 se executar o programa macroeconómico definido no acordo com o FMI; um falhanço no desempenho do programa pode levar não só à perda do financiamento do FMI, mas pode também tornar a emissão de dívida pública mais difícil", alertam os peritos da Fitch.

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