O negócio, entre o Ministério das Finanças e o britânico Standard Chartered Bank, foi autorizado por despacho assinado pelo Presidente, de 20 de Fevereiro, documento consultado pela Lusa.
Em concreto, o financiamento visa a cobertura do projecto do sistema de transporte de energia associado ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, refere o mesmo documento.
O aproveitamento hidroeléctrico de Laúca, no rio Kwanza e localizado entre as províncias do Cuanza Norte e Malanje, foi um investimento do Estado de 4,3 mil milhões de dólares, tornando-se a maior obra pública do país.
O Governo anunciou em Outubro de 2016 que estava à procura de soluções alternativas de financiamento à suspensão dos fundos de uma linha de crédito do Brasil para obras em Angola – como é o caso da barragem de Laúca – no âmbito da operação contra a corrupção Lava Jato.
A 6 de Fevereiro último tinha já sido aprovado um financiamento do género, de 75 milhões de dólares, junto do Banco de Desenvolvimento da África do Sul (DBSA - Development Bank of Southern Africa), para cobrir o défice no investimento naquela obra.
Estes dois contratos de Fevereiro juntam-se a outros dois do género, noticiados em Janeiro pela Lusa, para o mesmo efeito.
Aquela barragem foi inaugurada a 4 de Agosto, pelo então Presidente José Eduardo dos Santos, que colocou em funcionamento o primeiro grupo gerador, debitando na rede nacional os primeiros 334 MegaWatts (MW) de eletricidade.
Considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, e a segunda maior barragem em África, servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 às províncias do centro do país, como o Huambo e Bié.