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Sonangol convida empresas internacionais para fornecerem combustíveis a Angola

A petrolífera Sonangol anunciou que convidou as "maiores empresas" internacionais de ‘trading’ e refinação para participarem no concurso público para fornecimento de gasolina e gasóleo para abastecimento do mercado interno.

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A informação consta de um comunicado da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) enviado à Lusa, em Luanda, confirmando que o processo de contratação pública, ao abrigo da lei nacional, se iniciou a 17 de Janeiro e termina esta Quarta-feira.

Este concurso visa a aquisição de 1,2 milhões de toneladas de gasolina, 2,1 milhões de toneladas de gasóleo e 480 mil toneladas de gasóleo de marinha, de acordo com informação anterior.

"O tipo de procedimento de contratação adoptado derivou da urgência em garantir-se um fornecimento atempado a partir do 2.º trimestre de 2018, sem constrangimentos para o mercado interno", lê-se no comunicado emitido pela Sonangol.

Angola foi o maior produtor africano de petróleo em 2016, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas a reduzida capacidade de refinação continua a obrigar o nosso país a importar, naquele ano, uma parte significativa das necessidades em gasóleo e gasolina.

Só de gasóleo, a Sonangol teve de importar 2.352.671 toneladas durante todo o ano, uma quebra homóloga de 23 por cento, enquanto as compras de gasolina no exterior do país chegaram a 1.030.070 toneladas, uma redução de 17 por cento.

Com este concurso, na prática, pode estar em causa o monopólio da Trafigura, actualmente o maior vendedor de petróleo refinado a Angola e que controla 48,4 por cento da Puma Energy (dona das bombas de combustíveis da marca Pumangol), empresa cujos accionistas incluem a petrolífera estatal, com 30 por cento e a empresa privada Cochan, com mais 15 por cento.

A Sonangol não se refere a qualquer monopólio neste comunicado, referindo apenas que a contratação do fornecedor será feita pela Sonangol Comercialização Internacional (SONACI), enquanto agente daquele grupo estatal para o ‘trading’ e marketing de petróleo bruto e derivados.

"De salientar que foram convidadas empresas petrolíferas internacionais com aparelho refinador e empresas de ‘trading’ de reputação internacional, previamente analisadas internamente pela Sonangol, para fazerem face ao exigente e altamente complexo caderno de encargos formulado para efeitos do processo de contratação pública", explica a Sonangol.

A petrolífera, liderada desde Novembro por Carlos Saturnino, após a exoneração de Isabel dos Santos, esclarece que as três propostas mais competitivas serão seleccionadas para uma fase de negociação, previa à decisão de adjudicação, "que se espera concluída até meados de Fevereiro".

A Sonangol refere igualmente que em 2015, através da Sonangol Logística, outra subsidiária, já tinha realizado um concurso internacional para o fornecimento de derivados de petróleo, que na altura culminou com a adjudicação de contratos a dois fornecedores internacionais.

"Neste sentido, o procedimento em curso não constitui uma novidade para o mercado e integra uma estratégia de médio prazo para trazer maior competitividade ao mercado angolano de importação de derivados de petróleo, enquanto o segmento de importação não é liberalizado. Tal como hoje, em 2015, foram igualmente convidadas as maiores empresas de ‘trading’ e empresas petrolíferas com aparelho refinador para participarem no concurso", concluiu a petrolífera.

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