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João Lourenço promete “cerco apertado” à corrupção em Angola

O cabeça-de-lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) às próximas eleições gerais, general João Lourenço, prometeu um "cerco apertado" à corrupção, que está a "corroer a sociedade", e o fim da "impunidade" no país.

Impala:

O vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa Nacional discursava no Lubango, capital da província da Huíla, no primeiro ato oficial de massas da pré-campanha às eleições gerais de Agosto.

Perante mais de 100.000 apoiantes, segundo números da organização, João Lourenço foi fortemente aplaudido ao destacar que a corrupção em Angola é um "mal que corrói a sociedade", prometendo combatê-la.

Recordando que a corrupção é um fenómeno que afecta todos os países, João Lourenço advertiu que o problema é a "forma" como o país encara o problema: "Não podemos é aceitar a impunidade perante a corrupção".

Falando a partir de um palco com duas fotografias de grande dimensão de José Eduardo dos Santos - chefe de Estado e presidente do MPLA - e do cabeça-de-lista do partido, João Lourenço prometeu um "cerco apertado" ao "grande mal" da corrupção e apoio aos empresários que trabalham de forma honesta.

Recordou que os empresários têm "apenas três obrigações fundamentais", nomeadamente licenciar a empresa, pagar "atempadamente" os salários e os impostos ao Estado.

"De resto, deixem-nos trabalhar. Não ponham mais dificuldades", sublinhou, referindo-se aos problemas que os empresários enfrentam para investir em Angola devido, disse, ao conhecido pagamento de "gasosas" para ultrapassar as "pedras no caminho".

"Se conseguirmos combater a corrupção, até os corruptos vão ganhar com isso", ironizou, num discurso transmitido em directo pela Televisão Pública de Angola (TPA) e pela Zimbo, canal privado de televisão.

"Que sejamos nós, que não seja a oposição, a tomar a dianteira no combate a este mal", apelou, sobre o combate à corrupção.

Num discurso de uma hora, João Lourenço prometeu a descentralização e municipalização do país, mas sem se referir às primeiras eleições autárquicas em Angola, ainda por agendar.

Apontou igualmente que o "primeiro investimento" deve ser feito nos formadores, que produzem os quadros angolanos.

A saúde é outra das vertentes prioritárias da candidatura de João Lourenço, bem como o aumento da produção nacional, para travar as importações.

"É uma vergonha que a carne para o nosso cidadão tenha que ser importada, quando podemos produzir o gado cá na terra", disse, prometendo fazer de Angola "um verdadeiro celeiro".

Em termos de investimento, e num momento em que Angola enfrenta ainda uma crise económica e financeira devido à quebra nas receitas do petróleo, o candidato voltou a falar no envolvimento dos privados na reconstrução nacional.

"Vamos criar parcerias público-privadas para recuperar as infraestruturas (…). Não precisa de ser o Estado sozinho a construir", apontou, aludindo à intenção de atribuir "concessões" por vários anos a privados (envolvendo construção e gestão), mas sem especificar em que áreas.

Na intervenção, a primeira pública como cabeça-de-lista do MPLA, João Lourenço prometeu ainda uma revisão na política de imigração, tornando "mais fácil e simplificado" o processo de concessão de vistos a estrangeiros.

"Vamos abrir a política de vistos e fazer um controlo muito mais cerrado à entrada de ilegais. Vamos combater seriamente os ilegais, aqueles que pulam a janela e nos surpreendem no quarto. E abrir mais a porta da frente da nossa casa, para os legais", enfatizou, acusando os imigrantes ilegais de estarem a levar para fora de Angola, ilicitamente, recursos minerais, como diamantes.

"Precisamos de ganhar as eleições. Temos a vitória nas nossas mãos, não a deixemos fugir", apelou João Lourenço.

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