A medida, que se traduz no maior aumento na taxa de juro de Angola desde 2014, consta do comunicado final da reunião mensal do Conselho de Política Monetária do BNA, realizada sábado, em Luanda, para avaliar a evolução da taxa de inflação, da taxa de câmbio, os indicadores de crescimento da actividade económica e as contas fiscais e monetárias de Dezembro.
A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação - que em Angola superou os 14 por cento em 2015, máximos de mais de quatro anos -, esteve fixada até Julho de 2014 em 8,75 por cento, após um corte, na altura, de meio ponto percentual, e aumentou há mais de um ano para 9 por cento.
Já em Março último subiu mais 0,25 pontos percentuais, em Junho aumentou para 9,75 por cento, em Julho mais meio ponto percentual, para 10,25 por cento, tendo em Agosto sido fixada em 10,5 por cento e já em Dezembro subiu para os 11 por cento.
O Comité de Política Monetária decidiu também voltar a aumentar a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (de 13 por cento para 14 por cento ao ano) e manter a Taxa de Juro de Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de sete dias em 1,75 por cento ao ano.
As mexidas, lê-se no mesmo comunicado, resultam da análise à evolução dos principais indicadores macroeconómicos, "incluindo o nível geral de preços".
Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para metade, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.
