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Especialistas angolanos no terreno para recolher testemunhos da guerra colonial

Especialistas angolanos estão a recolher testemunhos de fontes orais e escritas sobre a luta de libertação do poder colonial português, processo que já permitiu reunir um "acervo aceitável", disse à Lusa o secretário de Estado da Cultura.

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"Estamos a aproveitar agora que as gerações que participaram na luta de libertação algumas ainda estão vivas, exactamente aproveitando o momento em que podemos ter ainda parte do seu depoimento, orais ou escritos", explicou o secretário de Estado, Cornélio Calei.

O processo já decorre há dois anos e um despacho presidencial de Janeiro de 2016, assinado por José Eduardo dos Santos, determinou a actualização do Grupo de Trabalho Interministerial para a Recolha de Fontes Orais e Escritas, relativas à luta de libertação nacional.

A comissão, coordenada pela ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz e Silva, integra cerca de nove ministérios. Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Cultura, Cornélio Calei, disse que se trata de um trabalho profundo, cuja conclusão ainda vai levar anos.

Segundo o governante, foram já recolhidos alguns depoimentos, alguns no interior do país, podendo-se afirmar que já existe algum acervo aceitável e oportuno, para ser trabalhado a seu tempo pelos especialistas.

Cornélio Calei considerou importantes os depoimentos colhidos até ao momento, julgando que os futuros serão igualmente de extrema importância para a história de Angola e que a própria recolha está a fazer História.

O secretário de Estado da Cultura angolano disse que estão envolvidos na pesquisa sobretudo aqueles que estiveram envolvidos na luta, por decisão tomada pela comissão.

"São todos angolanos, por motivos financeiros em si, é difícil fazermos deslocar estrangeiros. Numa primeira fase os que estão a investigar são não só angolanos, sobretudo aqueles que se envolveram mesmo na luta, portanto não são especialistas na sua maioria. Esta é a decisão tomada por nós, de modo a que seja muito mais fácil ir ao encontro do conhecimento e da prática que caracterizou a própria luta de libertação nacional", avançou.

Há divergências sobre a data do início da luta armada de libertação de Angola. Para o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde a independência do país, em 1975, a luta de libertação nacional teve início a 04 de Fevereiro de 1961, entretanto, outros movimentos de libertação nacional, como a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), a mesma começou a 15 de Março do mesmo ano.

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