Em causa estão duas máscaras pwo e uma estatueta rara de uma figura masculina, com perto de 200 anos e utilizadas em rituais daquele povo, levadas do museu do Dundo, na província da Lunda Norte, durante a guerra civil em Angola.
De acordo com Sindika Dokolo, patrono da fundação e genro do Presidente José Eduardo dos Santos, estas peças foram entretanto adquiridas a coleccionadores da França e da Bélgica, após intensas negociações, mas sem adiantar valores envolvidos.
Deverão regressar ao mesmo museu, no Dundo, depois da cerimónia oficial de hoje, no Palácio Presidencial, em Luanda, e de um período de exposição ainda na capital angolana.
Os Tchokwe são originários do norte de Angola e sul da República Democrática do Congo, sendo a fundação detentora de outras peças em madeira, máscaras e esculturas e registos sonoros e fotográficos daquele povo, desde 1880.
A Fundação Sindika Dokolo divulgou que está em negociações para a aquisição de outras peças da etnografia e cultura angolanas, sem revelar pormenores.
O museu do Dundo, onde as peças agora recuperadas já estavam em exposição no tempo colonial português, foi saqueado durante a guerra civil angolana, entre 1975 e 2002, de onde desapareceram várias peças e documentação diversa.
A devolução destas peças foi um dos eventos que assinalaram hoje o feriado do 04 de Fevereiro, que marca o início da luta armada contra a colonização portuguesa, em 1961.
Ainda em Luanda, o Presidente angolano inaugurou as obras do renovado Largo do Ambiente, na baixa da capital e que inclui um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 525 automóveis, numa área total de 8.940 metros quadrados.
A obra, cujo investimento não foi revelado, iniciou-se em 2012 e foi realizada pela Sonangol, a concessionária estatal do sector petrolífero em Angola.