Estão agora previstos dois comboios semanais, em ambos os sentidos, para transporte de passageiros e mercadorias, totalizando quatro ligações por semana entre os dois extremos do país, numa linha de 1344 quilómetros. O último troço do CFB, entre Luena e Luau, foi reinaugurado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, a 14 de Fevereiro, num total de 344 quilómetros que permitiram concluir a reabilitação da linha ferroviária e fazer regressar o comboio ao ponto mais interior do país, 32 anos depois.
Esta ligação começou a ser construída em 1903, no tempo colonial português, e operou até 1983, quando as infraestruturas foram destruídas pela guerra civil angolana. O último troço da linha está ainda em fase de preparação para o início da operação regular e, segundo explicou Carlos Gomes, em declarações à rádio pública angolana, a tarifa entre os dois extremos do CFB será definida em conjunto com as empresas públicas que operam o caminho-de-ferro de Luanda (CFL) e o de Moçâmedes (CFM).
A reabilitação da rede ferroviária angolana, destruída pela guerra, custou, entre 2005 e 2015, mais de 3,5 mil milhões de dólares, de acordo com informação anterior do ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás. A reabilitação das três linhas nacionais edificadas durante o período colonial, envolveu 2612 quilómetros de rede e a construção de raiz de 151 estações ferroviárias. Toda a rede ferroviária nacional, reabilitada sobretudo por empresas chinesas, foi utilizada para a passagem de uma linha própria de fibra ótica, tendo sido ainda adquiridas 42 locomotivas, 248 carruagens de várias tipologias e 263 vagões. Só a reabilitação da linha do CFB, agora totalmente concluída, custou quase 1,9 mil milhões de dólares, cruzando quatro províncias angolanas e uma área com sete milhões de habitantes.