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Desmantelado em Angola grupo que queria atacar alvos estratégicos durante visita de Biden

As autoridades anunciaram o desmantelamento de um grupo subversivo que pretendia atacar alvos estratégicos como a Presidência da República, a refinaria de Luanda e a embaixada norte-americana durante a visita de Joe Biden, tendo apreendido 10 explosivos.

: CIPRA
CIPRA  

Em declarações à imprensa, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) Manuel Halaiwa adiantou que o grupo liderado por João Gabriel Deussinho, de 34 anos, auto-intitulado presidente do movimento revolucionário Frente Unida de Reedificação da Ordem Africana (FUROA) pretendia derrubar o Governo angolano e instaurar um novo regime.

Entre os detidos estão também um agente da Polícia Nacional e um funcionário do Ministério da Justiça.

O porta-voz do SIC disse que a organização com ligações internacionais, surgida em 2017, na província do Huambo, começou a ser monitorizada em Outubro e pretendia realizar acções terroristas para desestabilizar a ordem política e social do país, criando pânico durante a visita oficial do ex-presidente norte-americano, Joe Biden, que visitou Angola no final do ano passado.

Foram identificados "indícios da existência de uma suposta organização subversiva de matriz angolana com prováveis ramificações no exterior do país", afirmou.

Durante a investigação, que contou com órgãos de inteligência nacionais e internacionais e das Forças Armadas Angolanas, identificou-se "uma estratégia" para atingir algumas instituições e também objectivos estratégicos do Estado, nas províncias de Luanda e do Huambo.

Os engenhos explosivos que seriam usados nos ataques terroristas incluíam granadas de mão de origem russa, alemã, britânica e portuguesa e não pertencem ao arsenal das Forças Armadas Angolanas, sugerindo que foram adquiridos de forma clandestina", indiciou o mesmo responsável.

Os alvos incluem reservatórios de combustíveis, o Palácio Presidencial, a Assembleia Nacional, a Embaixada dos Estados Unidos da América, uma subestação eléctrica, o edifício-sede do Serviço de Investigação Criminal e o Hotel Intercontinental.

"Tudo isto seria realizado, então, no primeiro momento da visita (de Joe Biden) que estava prevista para os meses de Outubro. Portanto, estes indivíduos verificaram estes objectivos e tinham a intenção de atingir os objectivos para provocar o pânico, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista político e (...) afectar de forma directa, com agressão física, as altas entidades", ou seja, o antigo presidente norte-americano e o Presidente João Lourenço.

Os detidos estão acusados de crimes como associação criminosa, tráfico, detenção e alteração de armas e munições proibidas, posse de substâncias explosivas, tóxicas e asfixiantes, tendo o líder sido detido quando tentava fugir para a Namíbia com a família.

"Determinou-se também que este indivíduo estava ligado a uma fonte de financiamento, de várias pessoas, quer singulares ou colectivas, que o financiavam por via de uma conta bancária" da sogra, disse Manuel Halaiwa,

Os fundos serviam para custear as suas despesas de deslocação no interior do país, mas também de deslocação para o exterior do país do líder do movimento "que tem como base de inspiração alguns actos de golpes de Estado realizados em alguns países", como o Burkina Faso, tendo estabelecido também contactos com a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC).

"A intenção era, efectivamente, aniquilar o Estado angolano, ou seja, retirar o partido que actualmente governa Angola, no caso o MPLA, por via de armas", sublinhou o porta-voz do SIC.

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