Francisco André, que falava em Lisboa na tomada de posse do novo director executivo do IILP, João Laurentino Neves, afirmou: "Parece-nos importante reforçar a participação de todos nos projectos e actividades do IILP e nos meios que possibilitem essa mesma actividade".
O governante apontou também a participação que podem ter os países observadores associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Considerando mais uma vez a língua portuguesa como "um activo estratégico", o secretário de Estado sublinhou que 2023 "marca uma nova etapa para Portugal no contexto do IILP", porque é "a primeira vez que um nacional português assume a direcção executiva do instituto".
E, falando da importância do IILP para a promoção, difusão e internacionalização da língua portuguesa, sublinhou: "Cabe-nos a nós [Estados-membros da CPLP] promover o robustecimento do papel do instituto no desenho e na coordenação de projectos transversais de promoção da língua portuguesa com o envolvimento consequente dos Estados-membros e dos observadores associados".
Salientou ainda que o IILP tem um "papel fundamental no âmbito da CPLP, na gestão comum daquele activo estratégico que é a língua".
Da parte de Portugal, Francisco André reafirmou "o total compromisso" no apoio ao IILP e à "plena realização dos seus objectivos, através de uma participação que se quer cada vez mais activa e empenhada".
O membro do Governo português salientou ainda a "importância de se continuar a promover o funcionamento harmonioso entre os vários órgãos do IILP", bem como de se continuar a dinamizar os "contactos e trocas numa base regular entre o director executivo do IILP e o Comité de Concertação Permanente da CPLP", na qual estão reunidos os nove embaixadores que em Lisboa representam os membros da organização.
"Portugal tem sido um apoiante constante e coerente do projecto do IILP", o que se concretiza "na acção dedicada da comissão nacional de Portugal, presidida pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e integrando todas as áreas governativas", referiu.
Além disso, acrescentou, o país tem estado sempre presente na mobilização de meios para o ILP, "não só através das suas contribuições ordinárias, mas também através de contribuições adicionais para a realização de projectos concretos".
O novo director executivo do IILP, João Laurentino Neves, que tomou posse esta Segunda-feira na sede da CPLP em Lisboa, sucedendo ao guineense Incanha Intumbo, defendeu que "cabe ao IILP facilitar projectos que contribuam para a afirmação externa" da língua portuguesa.
João Neves falou de projectos transversais que podem contar com a participação não só dos Estados-membros mas de outros parceiros da sociedade civil e organizações.
"É preciso é ter ideias atractivas" e que os parceiros adiram a elas, sublinhou.
Para o novo director executivo do IILP é também importante "reforçar o diálogo com outros grandes espaços linguísticos", e comunidades, e, em declarações aos jornalistas, sublinhou o papel que pode ter Macau nessa expansão internacional da língua.
O embaixador Oliveira Encoge, representante permanente de Angola junto da CPLP, país que tem a presidência rotativa da organização, manifestou o empenho do seu país em "impulsionar a actividade do IILP" e anunciou que ainda no primeiro trimestre deste ano "a presidência angolana e o secretariado-executivo irão visitar a sede" daquele instituto, com vista a "fortificar os laços".
A 30 de Dezembro de 2022 fonte oficial da CPLP confirmou à Lusa que o português João Laurentino Neves iria assumir, a partir de Janeiro, a direcção-executiva daquele instituto.
O IILP, tutelado pela CPLP, tem uma direcção-executiva rotativa, cabendo a cada um dos nove Estados-membros a sua nomeação por dois anos.
Aquando do último Conselho de Ministros da CPLP, que decorreu em Luanda em Junho passado, as autoridades portuguesas não avançaram qualquer proposta, pelo que a nomeação de Laurentino Neves foi aprovada em Novembro, em sede do Comité de Concertação Permanente da CPLP, a habitual reunião mensal dos embaixadores representantes em Lisboa dos nove Estados-membros, a 3 de Novembro.
Laurentino Neves foi também director do IPOR - Instituto Português do Oriente e já esteve ligado ao IILP, nomeadamente entre 2003 e 2008, quando fez parte da assembleia do conselho científico do instituto.
O novo director executivo do IILP é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove estados-membros da CPLP.