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João Lourenço recusa recuo na abertura democrática ou no combate à corrupção

O Presidente negou ter recuado no combate à corrupção e na abertura democrática durante o seu mandato, considerando "actos nefastos" o culto da personalidade ou a bajulação dos dirigentes.

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"Se repararem bem, o povo angolano habituou-se a ver na nota do kwanza o rosto dos Presidentes da República de Angola. Agora haveria mais uma, se eu fosse a favor da bajulação, do culto à personalidade, os kwanzas que tenho no bolso teriam lá a minha cara, mas não têm e eu é que sou o Presidente. Não precisava de fazer nada, era só ficar calado e essa terceira cara, que é a minha, apareceria", disse João Lourenço durante uma entrevista colectiva realizada esta Quinta-feira em Luanda.

De acordo com João Lourenço, por não apoiar o culto à personalidade e a bajulação, foi por sua iniciativa que essa decisão foi tomada em Conselho de Ministros.

João Lourenço comentou também as críticas relativas a um alegado recuo de abertura democrática no país, face ao que se verificou no início do seu mandato.

O Presidente salientou que fez uma grande abertura, citando os casos da transmissão das plenárias da Assembleia Nacional nos órgãos públicos, a permissão de expansão do sinal da rádio Ecclesia para todo o país e o reconhecimento público e pedido de perdão pelas vítimas do 27 de Maio de 1977, o que considerou "um sinal claro de abertura".

"Houve um recuo em quê? Era bom que apresentassem factos, que já tínhamos avançado e recuamos, por acaso a gente disse à Assembleia Nacional para deixar de emitir em directo? Não! Dissemos à rádio Ecclesia que a partir de agora demos o dito por não dito, recua, não há transmissão em todo o território? Não! Então em quê", interrogou.

O chefe de Estado afirmou que o mesmo se diz sobre o combate à corrupção.

"Muitos dizem começou bem, mas agora está a recuar, eu dei-vos números. Qual é o recuo que há no combate à corrupção? Qual é o recuo que há na abertura democrática no país? Deem-me factos, eu não conheço", salientou.

João Lourenço informou que de 2017 à presente data, a Procuradoria-Geral da República instruiu mais de 2300 processos, "apenas aos chamados crimes de colarinho branco ou crimes contra a economia", dos quais 330 transitaram em julgado, tendo 26 terminado em condenações, alguns dos quais em segunda instância.

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