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Consultora diz que Angola não terá novo programa com o FMI este ano

O economista chefe da consultora Eaglestone considerou à Lusa que Angola não deverá entrar num novo programa de assistência financeira com o Fundo Monetário Internacional (FMI), preferindo o apoio político e o aconselhamento técnico.

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"O relacionamento com o FMI este ano vai ser de aconselhamento económico e assistência técnica, pelo menos este ano, que é ano de eleições e vamos ver se a evolução continua a ser favorável a nível das contas públicas", disse Tiago Dionísio em entrevista à agência Lusa perspectivando o ano de 2022 para a economia de Angola.

"O FMI fez uma avaliação muito positiva sobre a evolução do programa com Angola, e portanto esperemos que as coisas continuem a correr bem e não seja necessária uma nova ajuda financeira", acrescenta o economista, explicando que o empréstimo de 4,5 mil milhões de dólares foi feito em condições muito especiais.

"A ajuda financeira foi muito para corrigir um certo desequilíbrio causado pela queda abrupta do preço do petróleo, que teve um impacto muito significativo na economia angolana e causou uma recessão durante cinco anos", afirmou Tiago Dionísio.

A previsão da Eaglestone está em linha com as declarações do Presidente da República, que numa entrevista na semana passada afirmou que a parceria com o FMI vai "continuar noutros moldes" a partir de agora.

Na entrevista a cinco órgãos de comunicação social, entre os quais a Lusa, João Lourenço defendeu que recorrer ao FMI foi "um acto de coragem" que ajudou a salvar o país da insolvência.

"Na altura, quase que nos chamavam de malucos, fizeram do FMI um bicho papão, que o acordo com o FMI ia piorar a situação económica de Angola, mas nós analisamos os prós e os contras, conversámos com a directora-geral, Christine Lagarde, e a verdade é que hoje estamos a ser premiados pela coragem que tivemos em assinar o acordo com o FMI", disse então João Lourenço, acrescentado: "Eu não sei o que seria da economia angolana se não tivéssemos, não só assinado, mas cumprido à risca os termos do acordo com o FMI", acrescentou.

O programa de ajustamento financeiro permitiu um encaixe financeiro de 4,5 milhões de dólares, dos quais cerca de 750 milhões de dólares foram entregues na conclusão do programa, em Dezembro de 2021.

O FMI fez uma análise muito positiva do programa, destacando várias vezes o envolvimento das autoridades e o cumprimento quase total das metas, quer quantitativas, quer qualitativas.

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