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MNE português vai tentar “compreender” razão de suspensão de voos com Portugal

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português afirmou que vai tentar "compreender" a suspensão, por parte de Angola, de “voos regulares com Portugal e não com outros países europeus”, uma medida anunciada esta Quinta-feira por Luanda.

: Ministro dos dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva (Foto: Manuel de Almeida/Lusa)
Ministro dos dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva (Foto: Manuel de Almeida/Lusa)  

"Tentaremos compreender, tão cedo quanto possível, porque são suspensos os voos regulares com Portugal e não com outros países europeus", disse à Lusa fonte do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Durante o dia de Quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, tinha considerado "absurda" e "sem lógica" a suspensão, pelo Reino Unido, dos voos com Portugal.

"Na nossa opinião não tem lógica. Em primeiro lugar é uma medida súbita e inesperada e isso é um primeiro elemento de surpresa negativa. Em segundo lugar, é uma medida que atinge fortemente pessoas que não foram devidamente avisadas para ela. Foi anunciada às 17h00 de um dia para entrar em vigor às 04h00 do dia seguinte", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa.

"É também uma medida absurda, cujos fundamentos não conhecemos. Suspender voos a partir de Portugal tendo como argumento as ligações entre Portugal e o Brasil é, com todo o respeito, completamente absurdo", acrescentou, adiantando ter já pedido ao homólogo britânico uma conversa "para entender os fundamentos" da decisão.

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, anunciou esta Quinta-feira que o país vai suspender as ligações aéreas com Portugal, Brasil e África do Sul, a partir das 00h00 do dia 24 de Janeiro.

A suspensão temporária dos voos por Angola decorre da necessidade de controlar a propagação da pandemia de covid-19, em particular das novas estirpes do vírus SARS-CoV-2, causador da doença.

"A dinâmica de voos regulares vai sofrer alterações", afirmou o ministro, salientando que a medida começa a vigorar a partir das 00h00 de 24 de Janeiro de 2021.

"Vamos ter um período de pouco mais de uma semana onde o objectivo é permitir que o máximo possível de cidadãos angolanos e estrangeiros que se encontram nesses países possam regressar", sublinhou.

Adão de Almeida salientou que outras ligações aéreas continuarão a funcionar sem quaisquer alterações, acrescentando que a diferença é que, "mesmo para essas ligações, passa a ser obrigatório o teste pós-desembarque".

As outras companhias aéreas com quem Luanda actualmente faz ligações (Emirates e Qatar Airways, Air France e Lufthansa) mantêm as suas frequências e voos regulares.

Embora não haja necessidade de autorização para entrar no país, os passageiros são obrigados a preencher um formulário de registo de viagem, acrescentou o governante.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Angola totaliza 18.613 casos, dos quais 2180 doentes estão em tratamento, e 425 mortos.

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