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Governo está a negociar com China fim de petróleo como colateral de dívida

O Governo está a negociar com a China o fim do uso do petróleo como colateral para a dívida externa, afirmou, em Londres, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior.

STR:

"Toda a dívida com a China tem petróleo como garantia. Tínhamos também dívida com este tipo de características com Brasil e Israel. Com as reformas que estamos a fazer, este colateral vai tornar-se cada vez mais prescindível", afirmou Manuel Nunes Júnior, após uma intervenção no Instituto Real de Relações Internacionais Chatham House.

Segundo o ministro, a dívida ao Brasil que tem petróleo como colateral já foi descontinuada e o Governo está agora em negociações com Israel.

"Estamos a fazer o mesmo com a China", acrescentou.

A China é o maior financiador estrangeiro de infra-estruturas no país, num total de 22,4 mil milhões de dólares, segundo a base de dados da Fitch em Março do ano passado.

O ministro, que esteve em Londres a representar o Presidente João Lourenço, na primeira Cimeira de Investimento Reino Unido-África, na Segunda-feira, falava após uma palestra intitulada "Angola e compromisso com a Economia: Avaliação do Progresso das Privatizações e Outras Reformas Económicas".

Manuel Nunes Júnior referiu o resultado de outras das reformas económicas introduzidas, nomeadamente, pelo segundo ano consecutivo, um saldo orçamental positivo em 2019, segundo dados preliminares, e a expectativa de um excedente de 1,2 por cento relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

"O facto de termos saído de situação deficitária para excedentária é muito importante pois significa que o país terá menos necessidades de endividamento, o que é muito importante ter conseguido em dois anos", vincou.

O Governo prevê um crescimento económico de 1,8 por cento em 2020, ao mesmo tempo que espera que a taxa de inflação, que se ficou em 17,1 por cento em 2019, continue a descer.

"Vamos continuar a conduzir uma política fiscal, monetária e cambial para que, até 2022, Angola possa voltar a ter taxas de inflação de apenas um dígito", afirmou.

Além da promoção das exportações, o Governo está a realizar um programa de privatização de cerca 125 empresas até 2022, incluindo até 30 por cento do capital da petrolífera Sonangol.

"Estamos num caminho bastante estável, a ideia é chegar a 2021 com a economia estabilizada e com crescimento económico", disse Manuel Nunes Júnior.

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