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Standard Bank Angola admite aquisições na banca

O presidente do Standard Bank Angola considera que a avaliação dos activos de 13 bancos do país, concluída recentemente, poderá levar à entrada de novos ‘players’ ou fusões e admite a possibilidade do seu banco fazer aquisições.

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"O Standard Bank manterá sempre uma presença importante no país, com uma ambição de crescimento. Se me pergunta se esse crescimento pode ser feito por aquisições ou não, ainda não lhe consigo responder. (...) Estamos na expectativa para perceber o que é que vai resultar deste processo", disse Luís Telles em entrevista à Lusa em Lisboa, antes de terem sido divulgados alguns dados da avaliação dos activos de 13 dos maiores bancos nacionais, lista na qual o banco que lidera não se incluía.

O gestor explicou que "o Standard Bank Angola faz parte do maior banco em África e tem vindo a crescer de forma orgânica" naquele país, onde está há nove anos e tem o objectivo de continuar a aumentar a presença.

Porém, o gestor lembrou que "sendo um banco que tem preferência por crescimento orgânico, o Standard Bank [grupo] tem feito várias aquisições noutros países em África. O grupo está em 20 países em África e fez várias aquisições nos países em que se encontra".

Em Angola, "estamos muito atentos ao que se passa", afirmou.

"Vimos acompanhando com muita atenção, tanto junto do regulador como de colegas de outras instituições financeiras, de auditores, enfim de toda a comunidade interessada neste processo, com o FMI também, para percebermos o que é que poderá vir a acontecer", disse.

Até porque, "para sermos um banco de sucesso precisamos de um sistema bancário credível e estável", adiantou Luís Teles.

O banco central angolano concluiu, após um exercício de avaliação da qualidade dos activos que incidiu sobre 13 bancos a operar, que o sistema bancário é "globalmente robusto", mas apontou necessidades de recapitalização ao Banco de Poupança e Crédito (BPC) e ao Banco Económico (BE).

O presidente do Banco de Poupança e Crédito disse, na semana passada, que está em preparação um plano de recapitalização para atender às exigências do Banco Nacional de Angola (BNA).

A medida do governo faz parte do programa de intervenção do Fundo Monetário Internacional naquele país e trata-se de uma avaliação a fazer à qualidade dos activos dos 13 principais bancos que representam mais de 90 por cento da carteira de crédito do país e o objectivo é garantir que os bancos estão capitalizados de forma suficiente para fazer face aos riscos que têm nos seus balanços.

O responsável do Standard Bank defendeu que, "na eventualidade dos accionistas actuais não terem capital disponível, isso vai forçar alguma consolidação no mercado ou incentivar os bancos a procurarem outros parceiros fora de Angola para investirem no capital das suas instituições financeiras".

A avaliação dos activos dos bancos é para o gestor "uma medida muito importante para a credibilização do sistema financeiro angolano" e que reforça a confiança dos depositários.

Mas "também poderá permitir a entrada de novos 'players' (investidores) ou a criação de novas instituições que resultem de fusões entre os bancos actuais, ou, eventualmente, a resolução de alguns bancos", acrescentou.

Quando questionado directamente sobre qual a acção do Standard Bank, Luís Telles limitou-se a dizer: "penso que ainda é um pouco cedo para tomar determinadas decisões em relação a eventuais fusões e aquisições ou processos de consolidação".

É "necessário primeiro termos acesso à informação" e perceber se as instituições afectadas "poderão ter reservas que lhes permitam fazer um aumento de capital ou terão capital accionista disponível. Em função dos resultados, se perceberá que tipo de movimentos serão necessários", adiantou.

O banco, com 19 balcões em Angola, deve contribuir agora para a inovação no mercado nacional, com outras soluções que permitam uma maior inclusão financeira, um tema que Luis Telles defende ser "muito importante para Angola", país onde a percentagem de "população bancarizada" é "muito pequena".

O gestor recordou que o Banco Nacional de Angola já iniciou um processo legislativo que permitirá introduzir no mercado os pagamentos móveis, uma das soluções que assegura maior inclusão financeira, e que já quase todos os países à volta de Angola têm.

Luis Telles admite que o Standard Bank "poderá também participar nesse processo".

Cotado na Bolsa de Angola, o Standard Bank teve, em 2018, 32 mil milhões de kwanzas em resultados líquidos, que ao câmbio da altura eram cerca de 100 milhões de dólares.

"Com a desvalorização da kwanza hoje em dia representa menos", disse o gestor.

Sobre os resultados de 2019, Luis Telles disse que estes "estão em linha com o esperado, um ano muito difícil do ponto de vista do crescimento do negócio.

Mas "pensamos que vamos conseguir apresentar resultados positivos, com um crescimento face ao ano anterior", disse.

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