A informação foi avançada à agência Lusa pelo secretário da comissão sindical para os assuntos jurídicos do CFL, Dias Kinquela, no final da assembleia de trabalhadores, que votou por unanimidade a suspensão da greve até ao dia 31 de Março.
Segundo Dias Kinquela, os trabalhadores decidiram que caso a entidade empregadora não satisfaça o principal ponto de divergência - o pedido de aumento salarial em 80 por cento - da lista de 19 pontos do caderno reivindicativo, a greve será retomada "sem qualquer procedimento" prévio.
"Ficou também claro que, caso haja pretensões de represália, conotações ou retaliações, não vai se esperar o dia 31 de Março. Durante o prazo dado, se houver esse tipo de situações os trabalhadores serão obrigados a retomar a greve", frisou.
O sindicalista avançou também que a execução dos pontos consensuais ainda não está em prática, o que deverá acontecer a partir de Fevereiro. "Sobre esses pontos que encontramos consenso, ficou na ata que até no início de Fevereiro eles vão executar, o ponto divergente que tem a ver com o aumento salarial é que esticamos o prazo até ao dia 31 de Março", acrescentou.
As partes encontraram consenso relativamente à implementação do sistema de seguro e higiene no local do trabalho, do seguro contra doenças profissionais e acidentes de trabalho, de alimentação, de instalação, entre outros.
Dias Kinquela esclareceu que durante este prazo, as partes voltam à mesa de negociação para se encontrar a percentagem de aumento salarial, antes do fim de Março. "A empresa não veio com uma proposta sobre isso, mas quando chegar no momento próprio, em que a empresa se mostre disponível para esse incremento salarial, vamos voltar à mesa das negociações", explicou.
O secretário da comissão sindical para os assuntos jurídicos do CFL sublinhou que 31 de Março é a data limite, caso não sejam encontradas soluções os trabalhadores regressam à greve.
Na declaração de suspensão da greve, os trabalhadores dizem que é levantada a partir de Sábado e os trabalhos retomados na Segunda-feira, apesar do pedido das autoridades para este Sábado. "Esse foi o pedido feito pelo secretário de Estado para os Transportes Terrestres, ligou para nós para que fosse amanhã (Sábado), porque estão a ver o comboio do Dondo, mas ficou claro na assembleia que os trabalhos iniciam só na Segunda-feira", disse.
A paralisação dos trabalhos foi iniciou-se a 14 de Janeiro, mas com a circulação de dois comboios diários interurbanos exigidos por lei como serviços mínimos, ligação que ficou igualmente suspensa cinco dias depois.
Com cerca de 900 trabalhadores, o CFL realiza por dia 17 viagens de comboio suburbano de passageiros, garantindo o transporte a mais de 6000 pessoas, com esta paralisação a entidade empregadora fala em perdas diárias de 1,5 milhões de kwanzas. O CFL, com uma extensão de 424 quilómetros, liga Luanda à província de Malanje.