Responsável pela área de negócios em África na comissão executiva da Mota-Engil, uma das mais antigas empresas portuguesas a operar em Angola, o filho do empresário António Mota, Manuel Mota disse que o acordo, que foi aprovado no parlamento, constitui “uma mais-valia para ambos os países e, principalmente para as empresas portuguesas" que estão naquele mercado africano.
"Na situação actual, havia uma perda de competitividade das empresas portuguesas face às concorrentes de outros países, nomeadamente da China, mas também de outros países com os quais já havia acordos relativos à tributação", afirmou o gestor da Mota-Engil.
A partir do momento em que deixa de existir dupla tributação, "a margem de risco que as empresas incorporam nas suas margens passa a ser mais baixa, por isso haverá a redução de custos e os preços a praticar poderão baixar”, explicou.
Para Manuel Mota, também "as empresas portuguesas, como promotoras das exportações e do desenvolvimento sustentável de Angola, e pelo acesso que têm à linha de financiamento da Cosec (Companhia de Seguro de Créditos), acabavam algumas vezes por ser prejudicadas pelo duplo pagamento de impostos", o que a partir de agora será diferente.
Com o fim da dupla tributação também "aumenta a competitividade da Cosec e dos financiamentos de Portugal e uma redução dos custos das empresas nas várias áreas".
Quando Angola está focada num processo de diversificação e de gerar bens para exportação e Portugal pode ser um investidor natural em várias áreas, desde a agricultura à indústria, este acordo ainda se torna mais relevante, na perspetiva de Manuel Mota.
Muitas empresas portuguesas que exportam para aquele mercado e outros africanos poderão agora eventualmente equacionar investir em Angola e a partir dali exportar para outros mercados africanos, considerou.