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“Exoneração” é a Palavra do Ano 2017 em Angola

O vocábulo “exoneração” é a Palavra do Ano 2017 em Angola, tendo recolhido 40 por cento dos votos dos cibernautas, foi divulgado Terça-feira numa cerimónia no Camões-Centro Cultural Português, em Luanda.

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Segundo a Plural Editores, que organiza a iniciativa, participaram cerca de 2500 cibernautas e, à palavra “exoneração”, seguiu-se “mudança”, que obteve 21 por cento dos votos, e “divisas”, em terceiro lugar, palavra que alcançou 18 por cento das intenções de voto.

A eleição da Palavra do Ano em Angola teve início, em Dezembro, dois meses após a tomada de posse do Presidente da República, João Lourenço, que empreendeu, desde então, a mudança de chefias militares, ordenou a exoneração de titulares de cargos públicos em organismos do Estado, na Polícia e na administração de empresas estatais, em áreas que vão dos diamantes, aos petróleos, da comunicação social à banca, abarcando os responsáveis do Banco Nacional de Angola, das televisões e da Sonangol.

“Mudança”, a palavra classificada em segundo lugar, a sua escolha é também justificada pela política, onde tem havido várias mudanças desde o acto eleitoral, que levou João Lourenço, de 63 anos, à presidência da República, sucedendo a José Eduardo dos Santos, de 75 anos, no cargo que ocupou durante 40 anos, desde a morte do primeiro Chefe de Estado após a independência, Agostinho Neto (1922-1979).

“Divisas”, termo que fecha o pódio, foi escolhido devido à “conjuntura de crise económica, que levou a uma quebra na entrada de divisas no país, o que causou limitações no acesso a moeda estrangeira e dificultou as importações”, segundo a Plural Editores.

Da lista de 10 palavras colocada à votação, em quarto lugar ficou “eleições”, com sete por cento dos votos, seguindo-se “professor” (quatro por cento), e “micha” (três por cento), um “termo informal muito utilizado para ‘facilitar’ alguns negócios, quando a 'micha' é oferecida a alguém, em troca de um favor ou benefício”.

No sétimo posto das preferências, com dois por cento, ficaram os vocábulos “candongueiro”, “barragem” e “kaluanda”, “termo que se tornou comum e é usado para designar algo ou alguém que é originário de Luanda”, segundo a mesma fonte.

“Candongueiro” é o nome dado ao meio de transporte mais utilizado no país, “o popular veículo de passageiros, geralmente pintado de branco e azul”, e a escolha de “barragem” deveu-se à inauguração, em Agosto do ano passado, da barragem hidroeléctrica de Laúca, na província de Malanje, “considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, tida como a segunda maior barragem de África”.

No último lugar, com um por cento, ficou o termo “maka”, palavra frequentemente usada em expressões como “não há maka” ou “não tem maka”, para "descrever situações de fácil resolução".

"Maka" significa conflito ou discórdia, é uma palavra que tem origem no kimbundu, dialecto falado em várias partes do país, nomeadamente no noroeste, que inclui a capital.

Em 2016, quando se realizou a escolha da "Palavra do Ano" pela primeira vez em Angola, a eleita foi "crise", tendo mobilizado 31 por cento dos votos.

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