A posição foi transmitida na mensagem do governador provincial aos munícipes, a propósito do aniversário da fundação da actual cidade de Luanda, a 25 de Janeiro de 1576, pelo navegador português Paulo Dias de Novais.
"Como tenho referido, é fundamental que cada um de nós se sinta também um governador na sua área de jurisdição ou no local onde estiver. Com vista a mantermos a nossa província limpa e apresentável o lema deverá ser: “Quem suja, limpa. Sujou, limpou", exortou Adriano Mendes de Carvalho, na mesma mensagem.
Província actualmente com quase sete milhões de habitantes, a cidade capital foi fundada há 442 anos, com o lançamento da primeira pedra para a construção na igreja de São Sebastião, no Morro de São Miguel – e mais tarde com uma fortaleza – dando origem à então vila de São Paulo de Assunção de Loanda, hoje uma verdadeira metrópole em que a acumulação de lixo nas ruas e passeios tornou-se num cenário habitual e foco de doenças.
"É a nossa metrópole. E é exactamente por ser nossa, que somos todos chamados a dar o que temos de melhor para que façamos dela um bom lugar para se viver", apelou o governador.
Acrescentou que Luanda "tem vindo a ser palco de inúmeras transgressões administrativas", desde a destruição do património público, à venda ambulante, ocupação ilegal de terrenos, passando pelo manuseamento e deposição irregular do lixo.
"Enfim, de muitos fenómenos negativos e contrários à sã convivência e aos costumes e tradições luandenses. O governo provincial de Luanda tem vindo a trabalhar com a sociedade civil, com as igrejas e com os munícipes voluntários no sentido de conjuntamente irmos erradicando estes males", reconheceu Adriano Mendes de Carvalho.
No cargo desde final de Setembro último, o governador admite que Luanda enfrenta hoje vários "males", como "a violência doméstica, o alcoolismo, o consumo de drogas, e a prostituição, em particular juvenil", fenómenos sociais "que preocupam as famílias e o executivo no geral".
"É necessário que todos os munícipes estejam connosco e participem de forma activa na resolução dos problemas locais através das comissões de moradores e condóminos, associações sociocomunitárias e outras formas coletivas ou individuais", defendeu.
Neste contexto, refere que as orientações às administrações locais da província passam por "reforçar o diálogo com a população, com as organizações sociais e sobretudo com as comissões de moradores", incentivando a "cidadania activa e a criatividade para a solução dos problemas locais e consequente melhoria da vida nas comunidades".
Educação, prestação de serviços médicos e medicamentosos nos hospitais e centros médicos sob responsabilidade do governo provincial, distribuição da energia eléctrica e água potável, iluminação pública, saneamento básico e recolha e tratamento de resíduos sólidos são, nesta fase, "prioridades absolutas", apesar da conjuntura que o país vive.
"Escasseiam os recursos financeiros do Tesouro, o que vai certamente dificultar a materialização de alguns dos nossos projectos. Porém, não estamos de braços cruzados e temos vindo a procurar recursos no mercado financeiro, com vista ao financiamento dos nossos principais projectos", garantiu.