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Produtos da cesta básica custam dois mil milhões de dólares por ano ao país

Angola prevê importar este ano 2,2 milhões de toneladas dos nove produtos da cesta básica, compras que vão custar mais de dois mil milhões de dólares, com destaque para a farinha de trigo.

Candando:

A informação consta de dados do Entreposto Aduaneiro de Angola (EAA), empresa pública criada em 2002 e que tem a função de gestor da reserva do Estado de manutenção da estabilidade dos preços do mercado, consultados esta Terça-feira pela Lusa e que indicam que só em farinha de trigo o país deverá importar cerca de 520 toneladas.

Devido à crise cambial decorrente das dificuldades financeiras com a quebra das receitas petrolíferas, Angola viu o preço do pão disparar no último trimestre de 2016, precisamente devido às dificuldades de importação de farinha de trigo. A situação levou à intervenção do EAA, que passou a assegurar essas compras e a fazer a venda directa aos panificadores, para controlar os preços.

Questionado pela Lusa, o presidente do conselho de administração da empresa, Jofre Van-Dúnem Júnior, admitiu o cenário vivido em 2016, mas sublinhou que o Governo "tomou medidas", nomeadamente através da disponibilização de divisas para os "principais importadores" do país e que conseguem fazer chegar as mercadorias a todo o país.

"Acredito que ao longo de 2017 não haverá constrangimentos e não vão faltar produtos da cesta básica à população", afirmou Jofre Van-Dúnem Júnior.

A cesta básica é composta actualmente por um conjunto de nove produtos, cujo preço é vigiado pelo Estado, "que espelha as necessidades essenciais da população em termos alimentares", segundo informação do EAA. A sua importação, que é livre, em função das disponibilidades cambiais das empresas que compram ao exterior, custa anualmente, segundo o Ministério do Comércio, cerca de dois mil milhões de dólares.

Em 2017, as projecções apontam para a necessidade de importação de 380 toneladas de açúcar, 331 de arroz, 103 de farinha de milho, 271 de feijão, 147 de leite em pó e 199 de óleo alimentar, além de sabão em barra ou sal, que também integram este lote de produtos.

Contudo, entre 2018 e 2022, a projecção do Governo aponta para uma diminuição anual da importação de 10 por cento da farinha de milho e 10 por cento de feijão, devido ao "aumento de produção interna" que está projectado.

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