"Trabalhamos para o mercado angolano há três anos. Este último ano, um pouco em contraciclo face a todas as empresas, tivemos um crescimento de 50 por cento, com meio milhão de euros de facturação para Angola", explicou à Lusa Miguel Martins, administrador da SMSA (Sebastião e Martins SA).
A empresa, que exporta para o mercado nacional embalagens de cartão canelado para transporte de todo o tipo de produtos, foi uma das cerca de 20 que integrou a missão empresarial portuguesa presente no segundo Fórum Empresarial Angola-Portugal, que decorreu entre Terça e Quarta-feira em Luanda.
Em Angola, que ainda representa apenas 3 por cento do volume de negócios da empresa, as embalagens da SMSA servem para garantir o transporte de produtos que vão do pão ao sabão, passando por frango ou tabuleiros de fruta, entre outros.
De acordo com Miguel Martins, a empresa está agora "em vias de fazer uma parceria de concessão comercial" com investidores angolanos, para instalar uma fábrica nos arredores de Luanda. Trata-se de um investimento global de 3,5 milhões de euros, 700 mil dos quais assegurados pela empresa portuguesa.
"Se tudo correr bem, vamos colocar aqui produção. A meta será fazer 12 milhões de metros quadrados [de papel canelado para embalagem] por ano cá em Angola", explicou o administrador, recordando que dos "quatro players" que actuavam neste sector no país apenas um permanece.
"O resto é exportação [para Angola]. E isto é uma actividade fulcral para a indústria crescer e exportar o produto. Por isso, é uma garantia de aposta em Angola", enfatizou Miguel Martins.
A empresa emprega 166 trabalhadores em Portugal e a futura unidade em Luanda contará com até cerca de 50 colaboradores. "Vamos ver como corre este ano, mas a nossa intenção é mesmo apostar cá", rematou.