A informação foi prestada à Lusa, à margem do segundo Fórum Empresarial Angola-Portugal, que está a decorrer em Luanda, pelo administrador da HRV, Pedro Veríssimo, empresa que instalou em algumas das maiores fazendas nacionais linhas de transformação de cereais em fuba - um dos principais produtos de consumo em África -silos e outros equipamentos de transformação de cereais.
Apesar da crise, a HRV prepara-se para investir nos próximos seis meses cerca de meio milhão de dólares numa unidade em Angola, para apoiar os clientes nacionas, que em 2016 representaram 25 por cento da facturação total da empresa.
"É um projecto a curtíssimo prazo, para instalar em Angola uma 'mini HRV'. A um ano estamos a falar de um investimento de um milhão de euros, e depois continuará", disse o administrador da empresa, que em Portugal emprega 80 trabalhadores.
A fazenda de Santo António, na província do Cuanza Sul e uma das maiores do país, é uma das que funciona hoje com equipamentos fornecidos pela empresa portuguesa, sendo este um dos sectores de aposta do Governo no processo de diversificação da economia, face à quebra nas receitas com a exportação do petróleo.
"A agricultura pode ser a solução para a crise em Angola, para evitarem as importações, a saída de divisas, e ao invés terem produção local", admitiu o administrador da HRV, empresa que já trabalha o mercado angolano desde 2007.
A instalação de unidades de transformação de biomassa, no ramo das energias alternativas, é outro dos negócios que a empresa portuguesa pretende desenvolver em Angola, face ao "enorme potencial do país". "Apesar da crise, estamos confiantes neste sector. Faz parte", argumentou Pedro Veríssimo.
Uma missão empresarial portuguesa, com 17 empresas, está desde Terça-feira a promover-se em Angola, mais de um ano depois da última presença, face ao cancelamento das principais feiras do país em 2016, devido à crise financeira.
A segunda edição do Fórum Empresarial Angola-Portugal, que encerra esta Quarta-feira em Luanda, é organizada pela AEP - Associação Empresarial de Portugal, e na sessão inaugural reuniu várias dezenas de empresários dos dois países, além de uma mostra de produtos e serviços de origem portuguesa.
