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Economist: retirada dos subsídios aos combustíveis pode levar a agitação social

A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a retirada dos subsídios aos combustíveis em Angola pode levar a agitação social, lembrando que o aumento dos preços vai ser mais penoso para a população mais desfavorecida.

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"A retirada dos subsídios aos combustíveis, realizada num contexto de deterioração das condições económicas, aumento da inflação e desemprego mais alto, pode levar a agitação social", escreve a unidade de análise económica da revista britânica The Economist, num comentário sobre a retirada dos subsídios a que a Lusa teve acesso.

Segundo os ajustamentos que entraram em vigor no início deste ano, para realocar o dinheiro para as despesas sociais e para combater as desigualdades, para além de desencorajar o tráfico de combustíveis na zona da fronteira, segundo o Ministério das Finanças, "o preço de um litro de gasolina subiu 39,1%, para 1,18 dólares, e o gasóleo aumentou 80 por cento", diz a EIU.

Usando dados do Fundo Monetário Internacional, a EIU conclui que, como "80 por cento do combustível refinado é consumido pelos 40 por cento mais ricos da população, e apenas 7 por cento pelos 40 por cento mais pobres, o aumento súbito vai sem dúvida penalizar mais aqueles que têm o rendimento mais baixo".

Para além do aumento, a análise evidencia também as críticas sobre a entrada em vigor no primeiro dia do ano, e "acusam o Governo de fazer os cidadãos normais pagar mais por um produto que, por causa da continuada quebra no preço do petróleo, é muito mais barato hoje que há um ano".

Esta semana, o petróleo de Brent bateu mais um recorde e transaccionou-se a 32 dólares, recuando para valores de 2004, e a Goldman Sachs emitiu uma nota de análise na qual antecipa que o crude possa descer para os 20 dólares por barril.

Para além do gasóleo e da gasolina, a EIU nota ainda que a agitação social pode também surgir devido à subida dos preços no gás que as classes mais desfavorecidas utilizam dentro de suas casas.

"O preço do querosene também subiu 55,6 por cento, e o gás de petróleo liquefeito passou de 55 para 100 kwanzas, um aumento de 81,8 por cento, o que eleva um preço de uma garrafa de 12 quilos de gás doméstico de 550 para 1200 kwanzas, uma subida que será mais fortemente sentida pelos agregados familiares mais pobres que não têm ligações de gás", diz a EIU.

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