Segundo um decreto executivo conjunto, de 26 de Janeiro e ao qual a Lusa teve acesso, apenas as províncias de Cabinda, Cunene e Cuando Cubango, a título excepcional e obrigando a pedidos devidamente fundamentados, mantém este ano uma quota de importação individual de 150 mil toneladas.
O mesmo decreto, assinado em conjunto pelos ministros da Economia, Abraão Gourgel, da Indústria, Bernarda da Silva, do Comércio, Rosa Pacavira, e da Construção, Waldemar Alexandre, justifica a decisão com o investimento feito pelo sector nos últimos anos.
Assim, segundo o decreto - que aperta as restrições às importações deste produto -, a capacidade instalada em Angola ronda os oito milhões de toneladas, para um consumo de 5.022.000 de toneladas em 2014, "acrescido do facto de, ao longo do ano de 2015, se terem constado indícios crescentes do nível de exportação do cimento, sem colocar em causa as necessidades internas".
Numa posição conjunta com a Comissão do Sector do Cimento e a Associação da Indústria Cimenteira de Angola (AICA), o Governo angolano justifica esta decisão com a necessidade de adoptar "medidas disciplinadoras que visem acautelar a importação desnecessária de cimento, na defesa da produção e da indústria nacional".
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, com 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas enfrenta uma forte crise económica, financeira e cambial, decorrente da quebra da cotação daquele que é o seu principal produto de exportação nos mercados internacionais.