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Isabel dos Santos na equipa de restruturação do sector dos petróleos

O comité criado pelo Governo para aumentar a eficiência do sector petrolífero garante que o processo não inclui privatizações de investimentos da Sonangol e que Isabel dos Santos integra a equipa pela sua experiência de 15 anos como empresária.

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Em comunicado enviado à Lusa, confirmando as notícias das últimas horas sobre a presença da empresária angolana nas reuniões entre a administração da Sonangol e consultores internacionais que apoiam a reestruturação, aquele comité estima a apresentação de uma proposta sobre a eficiência do sector petrolífero angolano em Março.

"Ao contrário da informação apresentada por alguns órgãos de comunicação social, o objectivo do comité não é a avaliação e venda de activos da Sonangol ou do grupo Sonangol. No âmbito deste processo, não está incluído qualquer tipo de transacções ou privatizações de investimentos da Sonangol", refere o mesmo comunicado, sobre um alegado interesse de Isabel dos Santos em activos da estatal angolana.

Em Portugal, a Sonangol tem participações directas e indirectas no Millennium BCP e na Galp, enquanto em Angola tem dezenas empresas do grupo em vários sectores de actividade, fora do petróleo.

O Governo angolano criou o Comité de Avaliação e Análise para o Aumento da Eficiência do Sector Petrolífero com a missão de elaborar um modelo "mais eficiente" para o sector e para melhorar o desempenho da Sonangol. Foi ainda instituída, igualmente por despacho presidencial de Outubro, a comissão de Reajustamento da Organização do Sector dos Petróleos.

A comissão é liderada pelo próprio Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e vai decidir sobre as propostas do comité - onde está presente a filha, Isabel dos Santos - para uma "estratégia integrada" e "modelos organizativos eficazes" para "aumentar a eficiência do sector petrolífero nacional".

No comunicado, o comité refere que vai identificar novas formas de organização "que permitam tornar o sector competitivo e atractivo para os operadores internacionais" e "melhorar a performance da Sonangol", mas também "identificar formas de se estabelecer capacidade de produção interna, de apoio à indústria petrolífera em Angola", reduzindo as importações.

O comité, confirma a mesma informação, integra consultores nacionais e internacionais, casos do The Boston Consulting Group (BCG), da área do petróleo e gás, pela sociedade de advogados Vieira de Almeida, pela consultora financeira PricewaterhouseCoopers e por uma empresa consultora "com foco nacional, apoiada por Isabel dos Santos", empresária "com mais de 15 anos de experiência no sector económico e empresarial angolano", lê-se.

Angola é o segundo produtor de petróleo da África subsaariana, com 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas a crise na cotação petrolífera atirou as receitas para menos de metade no espaço de um ano, com a estatal Sonangol também a ressentir-se no seu desempenho.

O comunicado deste comité refere a importância de "encontrar oportunidades organizativas, operacionais e financeiras" que "aproximem a Sonangol e o sector petrolífero angolano das melhores práticas mundiais".

Para esse efeito, levará a cabo nas próximas semanas o diagnóstico da situação, para depois "desenvolver modelos organizacionais alternativos, identificar oportunidades operacionais, quantificar o potencial de melhoria e desenhar possíveis modelos de implementação".

A Sonangol, a sua administração "e as restantes entidades do sector petrolífero são parte activa do trabalho técnico" a realizar e "que visa a construção, durante o mês de Março de 2016, de uma proposta com soluções para o aumento da eficiência do sector petrolífero angolano", conclui o comunicado.

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