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Total quer acrescentar 230.000 barris de crude à produção angolana em 2017

A francesa Total prevê iniciar em 2017 a produção de petróleo no projecto Kaombo, ao largo de Luanda, acrescentando 230.000 barris de crude por dia, mas também admite a necessidade de "reduzir os custos operacionais" em Angola.

Marc Morrison:

A posição foi assumida em entrevista à Lusa pelo director-adjunto da Total Angola, João Amaral, à margem do 4.º Fórum das Parcerias Sociais da multinacional em Angola - que se realizou hoje em Luanda -, apoios concentradas na área da educação e formação de jovens, com a petrolífera a contar investir mais de 10 milhões de dólares este ano.

"Temos de adaptar os nossos custos de produção à baixa do preço do barril. Nós hoje estamos numa acção concertada com a concessionária [Sonangol] para reduzir ao máximo os custos, para podermos passar esta fase, que não escondo que é difícil", admitiu o director-adjunto da Total Angola.

Números não oficiais apontam que a produção de um barril de petróleo em Angola custará menos de 40 dólares na maior parte dos casos, inclusive em águas profundas, quando a cotação no mercado internacional, para a compra, ronda hoje os 30 dólares, ou seja menos de um terço face aos valores praticados há um ano.

"O preço do petróleo nós não controlamos, mas podemos controlar os nossos custos operacionais. É isso que hoje estamos a fazer. A reduzir, a optimizar os custos em tudo o que é possível, a partilhar meios logísticos com outros operadores. Estamos a lançar uma série de acções necessárias para manter os custos baixos e para passar esta crise, como já houve outras a nível mundial", reconheceu João Amaral.

A Total é o principal operador petrolífero em Angola, tendo garantido quase 700.000 dos cerca de 1,8 milhões de barris de crude que o país produziu diariamente em 2015, sobretudo através do bloco 17, no ‘offshore' angolano.

De acordo com o responsável, a produção em Angola enfrenta um "declínio dos campos", que ronda os 10 por cento por ano, obrigando a uma gestão de curto de prazo.

"Estamos a atacar a o declínio dos campos, temos metas que foram estabelecidas com a Sonangol para manter os níveis de produção o mais alto possível durante 2016. Mas o ano está a começar bem, estamos a manter os níveis de produção, infelizmente temos depois o preço do barril que não ajuda".

A petrolífera francesa prevê a entrada em operação, durante o ano de 2017, do projecto Kaombo, no bloco 32 do ‘offshore' angolano, a cerca de 260 quilómetros de Luanda e com profundidades que variam entre 1.400 e 1.900 metros.

Serão desenvolvidos neste bloco seis das 12 descobertas já efectuadas, arrancando com duas FPSO (Floating Production, Storage and Offloading, em inglês) já em construção, cada uma com uma capacidade para 115.000 barris de crude.

"É o projecto petrolífero mais importante no país, nesta altura. Pensámos iniciar a produção em finais de 2017, o que nos vai permitir, entre o declínio do bloco 17 e o início do bloco 32, manter uma produção muito elevada aqui em Angola", concluiu o director-adjunto da Total Angola.

A multinacional francesa conta com mais de 2100 trabalhadores em Angola e só no bloco 17 opera com quatro FPSO.

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