Ver Angola

Energia

Baixa produção petrolífera deprecia kwanza cerca de 40 por cento face ao dólar

O kwanza registou uma depreciação em cerca de 40 por cento face ao dólar norte-americano, devido à contracção dos níveis de produção petrolífera, disse o ministro da Economia e Planeamento.

:

Mário Caetano João avançou estes dados na abertura da 2.ª edição do Angola Economic Outlook 2023, que se realizou esta QUarta-feira, em Luanda, subordinado ao tema "O Capital Humano como Factor Decisivo para o Desenvolvimento", organizado em parceria com a revista Economia e Mercados.

O governante frisou que Angola espera, pelo terceiro ano consecutivo, registar um crescimento económico, salientando que o Fundo Monetário Internacional (FMI), na sua mais recente publicação do World Economic Outlook, perspectiva para o país um crescimento de 1,3 por cento, mas as projecções do Governo apontam para um crescimento ligeiramente abaixo, de 1 por cento, devido ao decréscimo da produção petrolífera.

Para o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2024, o Governo teve como preço "conservador" o valor de 65 dólares por barril de petróleo e uma produção petrolífera revista em baixa de 1060 milhões de barris diários.

Segundo o ministro, a contracção nos níveis de produção de petróleo configurou um cenário de menor disponibilidade de moeda forte no mercado cambial, no primeiro semestre deste ano, tendo resultado na depreciação do kwanza face ao dólar dos Estados Unidos da América em cerca de 40 por cento.

"Este ambiente de desaceleração da economia real e do mercado cambial afectou severamente o processo de consolidação das contas públicas e a estabilidade do nível geral de preços na economia, tendo a inflação homóloga invertido, em maio, a tendência decrescente, fixando-se em cerca de 15 por cento em Setembro deste ano", referiu.

Sobre a depreciação do kwanza, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Pedro Castro e Silva, adiantou que para 2024 se prevê que se mantenha para os países africanos menor acesso ao mercado da dívida, indicando que não haverá alteração ao nível da moeda estrangeira no mercado cambial local.

Para 2024, o FMI perspectiva um crescimento para a economia de 3,3 por cento, enquanto o Governo projecta um crescimento de 2,8 por cento, principalmente movida pelo sector não petrolífero.

Na sua apresentação, o secretário de Estado do Planeamento, Milton Reis, disse que os dados mais recentes apontam para um crescimento "muito baixo", prevendo uma aceleração para os próximos anos, com base nas medidas que o Governo começou a tomar a partir de Junho deste ano.

Milton Reis frisou que o fraco crescimento de 2023 deve-se à tendência de declínio da produção petrolífera, devido aos campos antigos e ausência de novas descobertas, destacando o ainda robusto crescimento e manutenção do setor não petrolífero, que deverá crescer em 2024 acima dos 4 por cento.

Em relação aos preços, o país continua a assistir também no ano em curso a uma pressão, essencialmente pelos bens alimentares.

O secretário de Estado do Planeamento frisou que a economia angolana continua a enfrentar riscos, entre os quais a fraca recuperação da economia mundial, o nível da produção de petróleo, ainda a principal fonte de divisas do país, necessárias para dinamizar o sector não petrolífero.

"Quando temos dificuldades no setor petrolífero isso afeta também toda a economia não petrolífera, então temos que continuar a olhar para o petróleo com essa importância que ela tem para a nossa economia, apesar de todos os esforços da diversificação, precisamos dos recursos do sector petrolífero para acelerar esta dinâmica desta diversificação", realçou.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.