A informação foi confirmada à Lusa pela transportadora, que segue os passos de todas as restantes companhias internacionais que operam a rota de Luanda, incluindo a portuguesa TAP, que há vários meses deixaram de aceitar kwanzas na compra de passagens para viagens que não se iniciem na capital, face à dificuldade em repatriar divisas.
O porta-voz da TAAG, Carlos Vicente, explicou que em causa estão as despesas operacionais, como combustível, que a companhia tem de pagar no exterior, em divisas, cujo acesso em Angola é neste momento limitado, devido à crise financeira, económica e cambial que afecta o país.
"Com as despesas operacionais que a companhia tem, com esta escassez de divisas, atrapalha um pouco a operacionalidade da companhia, daí que se tomou esta medida. A partir de hoje, todas as viagens iniciadas fora devem ser pagas em moedas locais, ou em euros ou em dólares", apontou.
Além disso, o porta-voz da companhia sublinhou que nos últimos meses estava a aumentar a compra no país, em kwanzas, de viagens com início fora do país e destino Luanda.
Este cenário acompanha, por exemplo, a situação de acumulação de moeda nacional por parte de muitos expatriados, que também não conseguem transferir divisas para os seus países de origem.
A portuguesa TAP aplicou a mesma medida em Janeiro de 2015, alegando a crise no acesso a divisas que já então se fazia sentir.
A espanhola Ibéria deixou de voar para Luanda no final de maio e a moçambicana LAM desde o início de Julho.
Só a TAP, segundo o relatório e contas da Parpública tinha depósitos em Angola no montante de 30,6 milhões de dólares, no final de 2015, que estava com dificuldade de repatriar.