Os dois agentes da Unidade Operativa de Luanda, explica a polícia, foram expulsos por despacho do comandante-geral da Polícia Nacional, por "terem coagido automobilistas a entregarem 1500 kwanzas, sob pena de apreensão da documentação e viatura".
Na cerimónia de expulsão dos agentes, que na mesma hora entregaram a farda da polícia, o comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional, comissário chefe António Maria Sita, prometeu, numa mensagem para o interior da corporação, o mesmo tratamento a todos os agentes que forem detectados na mesma prática.
Estas expulsões surgem numa altura em que 400 novos agentes formados da Polícia de Trânsito de Luanda estão a substituir os actuais colegas, medida com que o comando-geral da polícia angolana diz querer acabar com as famosas ‘gasosas' dos automobilistas.
Essa posição foi transmitida pelo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Ambrósio de Lemos Freire dos Santos, que presidiu ao acto formal de troca de efectivos daquela unidade, na última terça-feira, na capital angolana.
Contudo, segundo a polícia, uma das agentes expulsa na cerimónia de integrava precisamente o lote de 400 novos agentes e estava em funções há poucos dias.
Os agentes que estão a ser substituídos vão receber formação noutras especialidades, como Ordem Pública, Guarda Fronteira e Investigação Criminal, podendo dar continuidade à carreira policial.
Os novos polícias, que terminaram a formação e que assumem progressivamente funções, já foram avisados pelo comando sobre as "medidas severas" a que todo o efectivo está sujeito, no que toca aos célebres pedidos de ‘gasosa' ou ‘saldo': pagamentos feitos pelos automobilistas, para escaparem à multa.
"Os automobilistas devem evitar subornar os agentes do trânsito, sob pena de serem encaminhados a tribunal", disse ainda, anteriormente, Ambrósio de Lemos, criticando a conduta de reguladores e fiscalizadores de trânsito, ameaçando com processos disciplinares que podem vir a culminar com a sua expulsão da corporação.
Garantiu ainda que a prioridade dos agentes será a acção "de forma educativa e preventiva", para melhorar a ordem do caótico trânsito de Luanda. "Esta troca de efectivos representa a preocupação do Ministério do Interior e do comando-geral da Polícia Nacional em servir cada vez melhor a população e dignificar o bom nome que a polícia já granjeou e que tem sido manchado por práticas incorrectas de alguns efectivos da Unidade de Trânsito", concluiu Ambrósio de Lemos.