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Londres acolhe exposição sobre Tim Hetherington, que fotografou impacto da guerra em Angola

Uma exposição sobre Tim Hetherington no Museu Imperial da Guerra, em Londres, procura mostrar a abordagem pessoal do fotojornalista britânico à cobertura de guerra no continente africano, que incluiu uma passagem por Angola.

: Facebook Imperial War Museum London
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Hetherington fotografou instalações desportivas em 2002 em Luanda, Huambo, Luena e Cuíto destruídas ou abandonadas durante a guerra civil e pessoas com membros amputados devido à explosão de minas terrestres que praticavam desporto.

As imagens a preto e branco fazem parte do projecto "Healing Sport, Angola. As qualidades curativas do desporto e o espírito de competição na Angola do pós-guerra".

O britânico produziu um trabalho mais abrangente, entre 1999 e 2002, que incluiu fotografias na Libéria, Serra Leoa e Quénia, sobre as consequências de conflitos armados, usando o desporto para atrair audiências para um tema difícil.

"Embora ele fizesse reportagem de notícias, a sua curiosidade levou-o a fazer projectos maiores sobre conflitos, que analisavam as camadas mais complexas em vez de se limitarem a dizer 'isto é o que está a acontecer'", explicou o curador da exposição, Greg Brockett, à agência Lusa.

Hetherington "também explorava o lado humano do que estava a acontecer" e, acrescentou, com 'Healing Sport' ele quis "mostrar o que acontece depois de a guerra terminar e as pessoas terem de continuar com as suas vidas".

"Está a olhar para o impacto a longo prazo, tentando explorar mais os diferentes elementos humanos combinados e contar histórias sobre conflitos que são diferentes de apenas dizer isto é o que aconteceu. É uma abordagem diferente", vincou Brockett.

Além de imagens e vídeo, a exposição, que vai estar aberta entre o passado Sábado e 29 de Setembro, também inclui excertos do diário que mostram as reflexões de Hetherington sobre o próprio ofício em termos éticos e estéticos.

A exposição é o resultado de uma análise ao espólio do fotógrafo que o museu britânico recebeu em 2017, e que inclui fotografias, arquivo digital, negativos, máquinas fotográficas e diários manuscritos de Tim Hetherington (1970-2011).

O jornalista morreu aos 41 anos, em Abril de 2011, na Líbia, vítima de um disparo de morteiro na cidade cercada de Misrata que vitimou também o fotojornalista Chris Hondros, da Getty Images.

Em 2007, Hetherington ganhou o prestigiado World Press Photo Award por uma série de fotografias de soldados dos Estados Unidos no Afeganistão, que mostra os militares em acção, mas também nas casernas e em momentos de lazer.

O trabalho resultou também no documentário "Restrepo", vencedor do prémio Grand Jury para melhor documentário no Sundance Film Festival de 2010 e nomeado para o Óscar da Academia para melhor documentário.

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