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Saúde

Angola com apenas um psiquiatra por cada milhão e meio de habitantes

Angola tem apenas um psiquiatra por cada 1,5 milhões de habitantes e apenas sete são angolanos, segundo revelou o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no país, Hernando Agudelo.

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O responsável falava em Luanda, na cerimónia nacional alusiva às comemorações do dia mundial da Saúde, alusivas em 2017 à problemática da depressão, data que coincide com a criação da OMS, há 69 anos.

A OMS estima que 30 milhões de pessoas em África sofrem de depressão, número que "constitui mais um fardo" para os sistemas de saúde dos países africanos, tendo em conta a "grande escassez de profissionais qualificados em saúde mental".

"Em Angola temos só um psiquiatra por 1,5 milhões de pessoas, onde só sete são angolanos. Angola tem um psicólogo por 500.000 pessoas", apontou Hernando Agudelo.

No quadro actual, enfatizou, "não há recursos humanos qualificados em quantidade suficiente para cobrir as necessidades da população" em Angola, em termos de saúde mental. Para agravar o cenário, admitiu, faltam campanhas de sensibilização pública, "informação adequada com psicoterapia bem estruturada e outras medidas eficazes no quadro da abordagem dos cuidados de saúde primários", além dos próprios medicamentos necessários aos tratamentos.

A criação de serviços de base comunitária direccionados para a depressão, mas que actuem também "contra o estigma" da doença, realçou o representante da OMS em Angola, "irá encorajar mais pessoas a procurar tratamento".

"A OMS também recomenda a implementação de programas escolares que proporcionem aconselhamento e apoio a pessoas com depressão e às suas famílias; a detecção precoce e a prevenção, sobretudo entre crianças e jovens", acrescentou Agudelo.

Ainda em Angola, aquela agência das Nações Unidas refere considera que indivíduos, famílias, prestadores de cuidados e comunidades "podem tomar medidas para ajudar a prevenir a depressão, evitando situações de stress, alcoolismo e toxicodependência".

"Para o sucesso desta luta, também precisamos de restabelecer a confiança das populações nos nossos sistemas de saúde e na melhor qualidade dos serviços", disse ainda Hernando Agudelo, acrescentando que a OMS "está pronta a apoiar os esforços do Governo para a melhoria da rede de prestação de cuidados primários de saúde".

A OMS define a depressão como um quadro caracterizado pela tristeza persistente, a perda de interesse e capacidade de se realizarem tarefas do dia-a-dia durante mais de duas semanas, associada ao sentimento de culpa, baixa auto-estima, perturbações do sono ou do apetite, cansaço e falta de concentração.

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