Adalberto da Costa Júnior falava no Sábado aos seus apoiantes no primeiro comício do ano, em Cabinda, região do norte de Angola, descontinuada geograficamente do território angolano e onde subsistem movimentos independentistas, que o Estado angolano não reconhece, como a Frente para a Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC).
O líder da UNITA, que manteve na Sexta-feira um acalorado debate com activistas cívicos e políticos e membros da sociedade civil cabindense destacou que defende a autonomia e que essa proposta vai ser materializada.
"Quando chegámos, houve muita gente que nos criticou por que deveríamos primeiro ouvir e só depois anunciar, ok, tomámos boa nota e estamos de novo a actualizar as diversas opiniões", declarou, acrescentando que deve ser ponderada que tipo de autonomia se pretende e "deve sair de uma negociação verdadeira e transparente, e não imposta".
O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola assinalou por outro lado que muitos países abraçam a autonomia, o que é "normal desde que saia de um diálogo sincero, verdadeiro", dando como exemplo África do Sul e São Tome e Príncipe, Portugal e Espanha, entre outros.
Adalberto da Costa Júnior elogiou o povo de Cabinda e considerou que "se não existisse petróleo talvez todos estivessem melhor, porque este recurso é também motivo das nossas divisões.
O dirigente do parido do "galo negro", lembrou que em 2025 Angola comemora 50 anos de independência e que a guerra já acabou há 20 anos e é necessário que acabem também os conflitos em Cabinda, apelando ao diálogo sem exclusão de ninguém.
"Todas as áreas querem dialogar connosco, e nos estamos disponíveis", frisou, insistindo que "aqui em Angola ninguém mais quer guerra", mas sim "virar a página" de uma Angola pobre e sem direitos.
"Angola precisa de uma nova liderança", reforçou.