Segundo uma ronda realizada pela Angop no mercado do peixe seco do bairro do Buraco, comuna do Mussulo, município do Talatona, foi possível verificar uma grande afluência de mulheres, oriundas de outros municípios de Luanda, àquele mercado para comprarem peixe seco para a refeição da noite de consoada.
Uma moradora do distrito urbano da Maianga, em declarações à Angop, referiu que o valor do bacalhau importado disparou, obrigando várias famílias a optar pelo peixe seco.
"Os preços do bacalhau importado dispararam, o que obriga muitas famílias a recuar e optar, para o cardápio da consoada, por um bom funge, com peixe seco", referiu Joana dos Prazeres.
Por sua vez, Ana Paula Barbosa, residente no distrito urbano do Kilamba, lamentou que os ínfimos recursos não permitam adquirir o 'tradicional' bacalhau importado, mesmo fazendo a compra partilhada, escreve a Angop.
Segundo referiram à Angop algumas vendedoras, nas últimas duas semanas, as vendas de peixe seco aumentaram consideravelmente, com concorrência de clientes e revendedoras originárias de outras zonas do país, que preferem adquirir corvina escalada ou bacalhau salgado a nível local.
Segundo Mateus Julião, vendedor de peixe seco, actualmente, entre as áreas preferenciais para adquirir peixe seco constam por exemplo o Buraco, Cabo Ledo e Miradouro da Lua, sendo que em seguida o produto é levado e revendido em províncias do interior do país, como por exemplo Uíge, Malanje, Lunda Norte e Lunda Sul.
Relativamente aos preços, de acordo com a Angop, quatro tábuas de bacalhau nacional – com cerca de dois quilogramas – custam cerca de 10 mil kwanzas no Mercado do Buraco ao passo que a mesma quantidade de corvina ronda entre os cerca de sete a oito mil kwanzas.
Já em alguns supermercados de Luanda, a média do valor do bacalhau importado ronda entre os 25 e 28 mil kwanzas para um quilo e meio, enquanto nos armazéns uma embalagem de 10 a 15 quilogramas deste produto tem um preço de 120 a 125 mil kwanzas.
